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Cunha: pressão também por sua saída. | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Cunha: pressão também por sua saída.| Foto: Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Depois de entregar à presidente Dilma Rousseff um manifesto em favor de sua permanência no cargo e contra o impeachment, um grupo de intelectuais, escritores, atores, músicos e militantes de esquerda foram ao Salão Verde para defender o “Fora Cunha”. Acompanhados de deputados do PT e outros partidos de esquerda, eles se revesaram em discursos contra o impeachment e em defesa da saída de Cunha, utilizando o púlpito e o painel com o logotipo da Casa onde o presidente da Câmara e outros parlamentares do governo e da oposição concedem entrevistas coletivas.

O local fica do lado do corredor de acesso ao gabinete de Cunha. Além do ato no Salão Verde, o grupo será recebido na tarde desta quinta-feira pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-RJ). Participaram do ato, entre outros, o teólogo Leonardo Boff, o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, a atriz Tássia Camargo, o escritor Emir Sader, o músico Tico Santa Cruz. O cantor e compositor Nelson Sargento fez questão de estar presente, mesmo em cadeiras de rodas. O ator Murilo Grossi leu um manifesto de repúdio ao movimento de impeachment e com críticas à mídia.

O teólogo Leonardo Boff classificou como “revanchismo dos que perderam a eleição” a tentativa de tirar Dilma do cargo com o impeachment. Boff também criticou o presidente da Câmara e disse que ele é um dos políticos “mais nefastos” que a República brasileira já teve.

“Temos aqui um documento com mais de 2 mil nomes de pessoas da sociedade, de astrônomos, atrizes, músicos, de apoio à salvaguarda da democracia, que esperamos que saia mais límpida desse processo. É um movimento de apoio à presidente Dilma, mas também de apoio à nossa democracia”, disse Leonardo Boff.

O músico Chico César também reforçou que o ato não é apenas em defesa do mandato de Dilma, mas da democracia brasileira:

“Vejo uma elite golpista tentando fazer que o nosso país retroceda em questões como a dos negros, dos índios, dos homossexuais. Apoiamos o governo que elegemos e não o que as elites tentam fazer que ela faça. Queremos tirar Eduardo Cunha da Câmara para que ele seja julgado e punido por seus crimes.”

Gritos de “Fora Cunha” foram puxados pelo grupo.

“Defendemos a saída de Eduardo Cunha! Impeachment é dispositivo importante da nossa democracia e não pode ser usado para boicotar as urnas. Não será fácil chegar ao poder na marra, tem que ganhar nas urnas”, acrescentou o músico Tico Santa Cruz.

Para o cineasta Luiz Carlos Barreto, o país vive hoje um clima semelhante ao da época do golpe militar de 1964: “Está tudo armado, igual a 1964. E é uma armação que vem de fora. O capitalismo precisa de governos coniventes.”

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