• Carregando...

A situação do presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, complicou-se ainda mais. O assessor da presidência da Caixa, Ricardo Schumman, afirmou na PF que a cópia do extrato do caseiro Francenildo dos Santos Costa, obtido por servidores da Caixa, foi entregue ao próprio Mattoso, que presta depoimento na tarde desta segunda-feira ao delegado Rodrigo Gomes.

Dois dos três funcionários da Caixa que prestaram depoimento na PF no domingo confessaram a participação no acesso à conta do caseiro, que contradisse o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, na CPI dos Bingos. Segundo a PF, o gerente Jeter Ribeiro tirou o extrato da conta e entregou o documento para Sueli Aparecida Mascarenhas, superintendente nacional de gestão de pessoas. Sueli contou que repassou o extrato para um consultor da presidência da Caixa.

Os dois funcionáriosdisseram que apenas cumpriram ordens ao retirar o extrato e negaram ter quebrado o sigilo do caseiro. A PF não informa de quem teria partido a ordem. "Se alguém tornou essas informações públicas, isso não é problema nosso", disse um deles durante o depoimento, segundo relato de fontes da Polícia Federal. A conta do caseiro foi violada na noite de 16 de março, quando Francenildo estava sob proteção da PF. No dia seguinte, o extrato foi divulgado pela revista "Época".

Diva de Souza Dias, outra funcionária da Caixa ligada à área de recursos humanos, também prestou depoimento no domingo mas negou participação no episódio.

A expectativa agora é que Mattoso confirme na PF as informações do depoimento de Jeter Ribeiro e Sueli Aparecida. Como presidente da instituição, ele deve assumir a responsabilidade pela violação do sigilo bancário de Francenildo. Neste caso, o mais provável é que seja exonerado do cargo.

Depoimento do vice

A CPI dos Bingos marcou para esta terça-feira o depoimento da vice-presidente de Tecnologia da Caixa, Clarice Coppetti. O líder do PT na Câmara, Henrique Fontana (RS), ameaça recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir o depoimento de Coppetti com o argumento de que a CPI, mais uma vez, estaria fugindo do foco determinado.

Durante o depoimento, serão cobrados da vice-presidente da Caixa esclarecimentos sobre a violação de dados bancários sigilosos do caseiro, assim como a contratação, pela estatal, de 25 mil terminais de computadores da empresa Diebold Procomp, suspeita de envolvimento nas negociações e tratativas durante a renovação do contrato entre a Caixa e a multinacional GTech.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]