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Baiano é apontado pelos investigadores da Lava Jato como intermediador de propinas para ex-diretores da Petrobras e integrantes do PMDB | Brunno Covello/Gazeta do Povo
Baiano é apontado pelos investigadores da Lava Jato como intermediador de propinas para ex-diretores da Petrobras e integrantes do PMDB| Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo

O juiz federal Sergio Moro afirmou que os investigadores descobriram uma transferência de R$ 500 mil de Fernando Soares, conhecido como Baiano, para o presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo.

Azevedo foi preso nesta sexta-feira (19) pela Polícia Federal, no âmbito da Operação Lava Jato. Marcelo Odebrecht, presidente da Odebrecht, também foi preso.

Baiano é apontado pelos investigadores da Lava Jato como intermediador de propinas para ex-diretores da Petrobras e integrantes do PMDB. Segundo Moro, a transferência de recursos ocorreu em outubro de 2012 e saiu da conta da empresa Hawk Eyes, atribuída a Baiano, para Azevedo.

O juiz afirmou no despacho em que ordenou a prisão que Baiano admitiu que a transação teve como objetivo pagar uma lancha adquirida por Azevedo, o que demonstraria a ligações entre os suspeitos.

O juiz escreveu que “parece inviável” que o esquema de corrupção na Petrobras fosse desconhecido do presidente Andrade Gutierrez, uma vez que os crimes contra a estatal tiveram início em 2004 e os contratos e propinas a eles relacionados tiveram valores milionários. Essa é uma referência à “teoria do domínio do fato”, que é usada no meio jurídico para incriminar os chefes de organizações apontadas como criminosas.

O magistrado afirmou ainda que as reações da Andrade Gutierrez contra as medidas da Lava Jato também indicam o envolvimento de seus dirigentes nos crimes. De acordo com o magistrado, apesar da deflagração da operação, a empresa -assim como a Odebrecht, também alvo desta fase da Lava Jato- não tomou medidas internas para erradicar a corrupção.

No despacho, o juiz ressalta que as prisões são necessárias para evitar a reiteração de crimes contra o Poder Público, pois as empresas possuem contratos em andamento com a Petrobras e outros entes públicos. “Enfim, quanto ao risco a ordem pública, a prisão cautelar é o único remédio apto a quebrar a aludida ‘regra do jogo’“, escreveu.

Em um de seus depoimentos às autoridades, o executivo da Camargo Corrêa disse que a “regra do jogo” em contratos com a Petrobras envolvia o pagamento de propinas.

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