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Se aprovada em segundo turno, proposta ainda terá de ser sancionada pelo prefeito Gustavo Fruet. | Hugo Harada/Gazeta do Povo
Se aprovada em segundo turno, proposta ainda terá de ser sancionada pelo prefeito Gustavo Fruet.| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

A votação da liberação da venda de bebidas alcoólicas em estádios era uma chance para a bancada evangélica demonstrar sua força no plenário da Câmara de Curitiba. Entretanto, na manhã desta terça-feira (25), a bancada “laica” saiu vencedora, inclusive contando com votos de evangélicos para aprovar o projeto. Dos 11 vereadores da bancada religiosa, três foram favoráveis e dois não votaram – Aílton Araújo (PSC), que por ser presidente não vota, e Valdemir Soares (PRB).

Os evangélicos da Câmara eram o principal grupo a se opor ao projeto que libera a venda de bebidas nos estádios. Pelo tamanho da bancada (quase um terço da Câmara) e pelo forte apelo que faziam aos vereadores durante a sessão, em vários momentos defensores da liberação comentavam em conversas paralelas que a proposta seria derrubada. Entretanto, a pressão não funcionou: a liberação das bebidas alcoólicas foi aprovada por 19 votos a 11. Ainda há a votação em segundo turno.

O principal argumento para a proibição era a possibilidade de o álcool agravar os episódios de violência nos estádios. Até 2008, a bebida era liberada nos estádios – e foi proibida pelo Estatuto do Torcedor justamente por causa da violência. Entretanto, alguns dos episódios mais graves de violência envolvendo torcidas de Curitiba aconteceram depois disso, com estádios livres de álcool – incluindo a invasão do gramado do Couto Pereira pela torcida do Coritiba, em 2009, e a briga entre torcedores de Atlético e Vasco da Gama em Joinville, em 2013.

Da bancada evangélica, seis votaram pela derrubada da proposta: Cacá Pereira e José Carlos Chicarelli (ambos do PSDC), Carla Pimentel e Tiago Gevert (ambos do PSC), Dirceu Moreira (PSL) e Noêmia Rocha (PMDB). Os evangélicos conseguiram cinco votos de fora da bancada, entre eles o de Professora Josete (PT) – por suas posições referentes ao direito dos homossexuais e a questões de gênero, ela já entrou em conflito com a bancada religiosa mais de uma vez.

Três membros da bancada, por outro lado, votaram a favor: Jorge Bernardi (PDT), Cristiano Santos (PV) e Chico do Uberaba (PMN) – este último foi, inclusive, signatário da proposta. Com 11 vereadores, a bancada evangélica foi formalizada na Câmara em março de 2013.

Segundo turno

Uma das principais opositoras do projeto, Carla Pimentel afirma que não houve uma orientação formal para que a bancada evangélica se posicionasse contra o projeto – até pela forte pressão que os clubes exerceram sobre alguns partidos. “Mas é claro que você espera de um vereador evangélico um posicionamento contrário ao álcool”, afirma.

Apesar da derrota em primeiro turno, ela espera conseguir reverter a vantagem no segundo – que será nesta quarta-feira (26). Sete vereadores estavam ausentes e ainda há a possibilidade de parlamentares mudarem de lado. Um empate já seria suficiente, uma vez que o presidente da Câmara, Araújo, é contra a proposta. A última cartada dos opositores ao álcool, segundo a vereadora, é uma apresentação da Polícia Militar que será feita em plenário.

Já Chico do Uberaba considera que há uma “tempestade em copo d’água” ao redor da questão. “O problema não está dentro do campo, está fora”, afirma. Ele lembra, também, que as bebidas foram liberadas nos estádios durante a Copa do Mundo, sem que houvesse qualquer prejuízo para o cidadão.

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