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Jovair Arantes  visitou o governador do Paraná Beto Richa e o vice-prefeito de Curitiba Eduardo Pimentel. | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Jovair Arantes visitou o governador do Paraná Beto Richa e o vice-prefeito de Curitiba Eduardo Pimentel.| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Em visita à Curitiba em campanha para a presidência da Câmara, o deputado federal Jovair Arantes (PTB-GO) disse nesta quinta-feira (12) que a Casa vive o pior momento desde a redemocratização.

O parlamentar, que faz parte do chamado Centrão, disputa o comando da Casa e a vaga de vice-presidente da República com outros três deputados. A eleição está marcada para o dia 2 de fevereiro, data em que o Congresso Nacional volta do recesso de final de ano.

“Nós temos uma disputa muito acirrada no momento em que a Câmara passa pelo pior momento da história”, avaliou o parlamentar em entrevista concedida durante visita ao Palácio Iguaçu, para um encontro com o governador Beto Richa (PSDB).

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Arantes disse que a Câmara está “acuada” pelos demais poderes e criticou a atuação do atual presidente da Casa e candidato à reeleição Rodrigo Maia (DEM-RJ).

“Entre os três poderes somos hoje o mais desgastado, e assumimos desgastes inclusive do Executivo, o que não é nosso, assumimos desgastes do Judiciário, o que não é nosso, e acaba caindo no colo da Câmara pela inoperância absoluta da presidência da Casa”, disse.

O parlamentar aproveitou a ocasião para criticar a tentativa de Maia de ser reconduzido ao cargo. Segundo o candidato do PTB, Maia “rasga uma página do regimento interno”. Isso porque, de acordo com a avaliação do grupo de Jovair Arantes, Maia não pode ser candidato, já que o regimento interno não prevê a reeleição. Há outro grupo que entende que a regra não se aplica à Maia, já que ele foi eleito para um mandato tampão depois da cassação do então presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

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Apoio do Planalto

Nos bastidores, o presidente Michel Temer (PMDB) apoia discretamente a reeleição de Maia pra o cargo de presidente da Câmara. Segundo Jovair Arantes, porém, o apoio não existe. “O atual presidente [da Câmara] tenta vender a imagem de que tem o apoio do presidente, do Planalto. Ele tenta vender o que não tem para entregar, ele vende lotes na lua”, criticou.

Segundo Arantes, o ideal é que Temer se mantenha neutro na disputa, para evitar futuras crises políticas. “Eu busco do Planalto a paridade de armas. Em uma disputa que se tem que discutir internamente na Câmara e o Planalto se colocar de alguma forma favorecendo A ou B não é positivo e pode causar um problema sério no futuro no cenário político”, disse.

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Jovair Arantes, assim como outro candidato à presidência – o deputado Rogério Rosso (PSD-DF) – faz parte do chamado Centrão, grupo que recebia influência do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e que, numericamente, pode complicar a vida do governo nas votações na Casa.

Propostas

Entre as propostas de Jovair Arantes para a gestão da Câmara estão a atualização do regimento interno e do funcionamento administrativo da Casa. O parlamentar também fala em recuperar o respeito da sociedade e garantir previsibilidade às atividades dos deputados.

“O que nós temos que levar em consideração é a nossa vontade de mudar o conceito, botar previsibilidade de funcionamento da Câmara, com horário definido. A sociedade precisa saber o que está acontecendo lá, não pode ser as escondidas, não pode ser uma pauta incerta que a sociedade não entenda”, disse o candidato.

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10 Medidas

Questionado sobre a votação na calada da noite que aprovou uma versão desfigurada do pacote de 10 Medidas Contra a Corrupção propostas pelo Ministério Público, Jovair Arantes criticou o projeto e defendeu a atuação dos parlamentares.

“Quando vai se votar qualquer projeto, inclusive as 10 Medidas que são importantes para a sociedade brasileira, mas ela chega como uma joia bruta e aí cabe ao papel do parlamentar lapidar esse projeto e entregar a sociedade um projeto que seja perene e de respeito à individualidade e aos direitos do cidadão”, disse Arantes.

“Muitas mudanças que foram feitas ali eram necessárias. Existem alguns pontos lá retirados do AI-5, no alto poder da ditadura brasileira. Retiraram e levaram para dentro do projeto e que não pode se perenizar, como o fim do habeas corpus”, completou.

O candidato também criticou a interferência do Supremo Tribunal Federal (STF) no assunto. No final do ano passado, o ministro Luiz Fux determinou que o projeto volte a tramitar na Câmara.

“Certo ou errado, a votação vai ter que ser respeitada. Não podemos aceitar ingerenciamento da Justiça. A Justiça tem que fazer o papel dela. Nós não podemos ser um puxadinho nem do Executivo, nem da Justiça”, afirmou.

Contagem de votos

Colega de partido, o deputado Alex Canziani (PTB-PR) estima que metade da bancada paranaense resolva apoiar a candidatura de Jovair Arantes para a presidência da Câmara. “A nossa expectativa, pelo levantamento que fizemos, é de que 12 a 15 deputados estejam com o deputado Jovair e nós vamos trabalhar para que cresça esse número, inclusive”, disse. Segundo Canziani, a expectativa é que Jovair Arantes consiga entre 150 e 170 votos para disputar o segundo turno do pleito.

Campanha

Durante a passagem por Curitiba, Jovair Arantes encontrou o vice-prefeito de Curitiba Eduardo Pimentel (PSDB), o governador Beto Richa (PSDB) e diversos parlamentares do estado. Ele disputa a eleição com o atual presidente da Casa Rodrigo Maia (DEM-RJ), André Figueiredo (PDT-CE), e Rogério Rosso (PSD-DF) – também integrante do Centrão.

Nos bastidores há rumores de que um dos candidatos do Centrão pode desistir da disputa na última hora para tentar fortalecer o bloco. “Eu acredito que nenhum dos dois vai desistir, mas se um dos dois desistir é o Rosso, o Jovair vai até o fim”, disse Canziani.

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