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Versão 1

Até porque os boletins impressos oficiais da entidade registram os contatos com a primeira-dama Fernanda Richa, o presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais do Paraná (Sindafep), José Carlos Carvalho, não desmente que procurou a ajuda dela para que a categoria tivesse sucesso numa reivindicação que já se arrastava há mais de uma década. Carvalho, no entanto, repudia a insinuação de que em troca da ajuda de Fernanda o Sindafep iria colaborar na arrecadação de doações para a campanha eleitoral de Beto Richa de 2014.

Versão 2

Segundo ele, as doações feitas por auditores da Receita para a campanha foram atos pessoais, sem nenhuma relação com a atuação do sindicato, que recorreu não só à primeira-dama como também a inúmeras outras autoridades de todos os poderes. Todos os secretários da Fazenda dos últimos governos foram também contatados e acordos foram formalizados meses antes das conversações com Fernanda Richa.

Versão 3

As promoções na carreira dos auditores estavam atrasadas desde governos passados, mas foi com Richa que elas foram atendidas sob a condição de que os auditores não reivindicariam direitos pretéritos, como juros ou correções, segundo carta-compromisso formalizada em outubro de 2012. As promoções de maio de 2014, diz Carvalho, apenas regularizaram uma anomalia que tendia a se perpetuar.

“Erro” 1

“Erro burocrático”. Esta foi a versão do governo para justificar a nomeação da vice-governadora Cida Borghetti para a chefia do Escritório de Representação do Paraná em Brasília. E como houve este “erro”, nada mais natural do que corrigi-lo exonerando-a apenas um mês após a posse. Difícil acreditar nesta história. Qual teria sido o erro burocrático? Teria sido levado a Richa um papelucho com a nomeação de Cida e o governador assinou sem ler? E só descobriu o erro um mês depois?

“Erro” 2

Nomeação e exoneração criaram variadas especulações. A nomeação seria decorrente do “ciúme” de Richa do protagonismo da vice, cujo gabinete andava mais movimentado que o seu. Neste caso, melhor mandá-la para longe. Também se pensou que a nomeação seria uma “jogada” da família Barros (Cida é mulher do deputado Ricardo Barros, competente articulador e operador político) para que ela não sofresse com o tiroteio que atinge Richa. Mas agora, ao exonerá-la, floresce outra hipótese: a de que Beto estaria disposto a se licenciar do cargo, que naturalmente seria ocupado pela vice, já livre das obrigações de Brasília. Óbvio, todas as especulações foram desmentidas pelos atores.

O prefeito Gustavo Fruet está acompanhando com incomum interesse as informações de que o HSBC/Brasil estaria à venda e que o Santander seria até agora o mais interessado no negócio. São duas das maiores instituições financeiras do mundo. Movimentam bilhões ao redor do planeta. E o que o prefeito tem a ver com isso? Simples: a sede brasileira do HSBC é aqui em Curitiba e todo o Imposto Sobre Serviços (ISS) que o banco gera no país é recolhido para o caixa da prefeitura daqui.

Não é pouca coisa: dos R$ 850 milhões que Curitiba arrecada anualmente, quase 10% correspondem à contribuição do HSBC. Ou seja, a eventual transferência para o Santander ou para outra instituição que não mantenha matriz em Curitiba representará uma perda de receita para cidade da ordem de R$ 85 milhões por ano – o suficiente para construir, por exemplo, 40 creches para atender 8 mil crianças.

Se o HSBC for embora, o prejuízo pode vir também na forma de empregos: o banco tem em Curitiba – por concentrar aqui toda a sua administração – nada menos de 7.500 funcionários. Quantos destes empregos seriam preservados pela instituição que comprar o HSBC não se sabe. Apenas para dar a dimensão do potencial de desemprego, pode-se lembrar que o número de empregados do HSBC, só em Curitiba, é igual ou superior à população de nada menos que 170 dos 399 municípios do Paraná.

Fruet ainda não sabe exatamente o que será possível fazer para evitar perda tão grande, quer de arrecadação quer de empregos. Mas decidiu conversar com o presidente do HSBC, André Brandão, e com o do Santander, Jesús Zabalza, no mínimo para sentir o “clima” ou para tentar diminuir a grandeza dos prejuízos. Já tem audiência marcada com ambos nos próximos dias.

Pra finalizar, mais um subsídio para avaliação das possíveis perdas: segundo consta da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) enviada à Câmara semana passada, um déficit acumulado na gestão Fruet chegará a R$ 800 milhões. Perder o HSBC pode elevar este déficit para próximo dos R$ 900 milhões.

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