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No xilindró há 280 dias, o dono da Construtura Valor foi convocado para novas sessões de interrogatório a partir do dia 3 de outubro. Ele e todos outros 14 envolvidos no esquema de desvio de R$ 30 milhões que deveriam ter servido para construção e reforma de escolas pelo governo do Paraná.

A determinação para que Eduardo de Souza Lopes preste novos depoimentos foi feita pela juíza Danielle Comar, da 9.ª Vara Criminal, que conduz o processo judicial da Operação Quadro Negro, deflagrada no ano passado pelo Gaeco após denúncias do então chefe da Superintendência de Desenvolvimento Educacional (Sude), Jaime Sunyé Neto. Juntamente com a Operação Publicano, que investiga desvio bilionário na Receita Estadual, a Quadro Negro também envolve personagens conhecidas por sua proximidade com o governador Beto Richa.

Os depoimentos estavam anteriormente marcados para a semana passada, mas foram adiados enquanto se esperava resposta da Justiça Federal quanto à competência para julgar o caso. A defesa de outro dos principais envolvidos – Maurício Fanini, ex-diretor de Engenharia da Sude, que liberava recursos indevidos à Valor – argumentava que o processo deveria tramitar na instância federal, já que parte do desvio tinha origem em recursos da União.

A Justiça Federal, no entanto, declinou de sua competência porque o estado já devolveu à União a parte que lhe cabia. Logo, segundo este entendimento, o trâmite deve ficar restrito à Justiça estadual. Diante disto, a a juíza decidiu continuar o processo e remarcou os interrogatórios para outubro.

Neste meio tempo, isto é, enquanto se discutia a que instância caberia julgar a Quadro Negro, uma enormidade de provas foi acrescida aos autos – e de tal monta que a juíza Danielle Comar também decidiu manter a prisão preventiva do dono da Valor por entender que, solto, Lopes pode retomar ações que venham a perturbar o bom andamento das investigações ainda em curso.

Flacidez 1

Numa eleição que vai acontecer dentro de apenas 15 dias a pesquisa Ibope/RPC*, divulgada ontem, contabiliza que há ainda 46% de eleitores que têm pouco ou nenhum interesse pelo pleito. Neste quadro de tanta flacidez, é surpreendente que, quando colocados diante dos nomes dos candidatos, 45% dos entrevistados indiquem firmemente Rafael Greca como seu preferido. O que a sondagem demonstrou de mais importante é que, dado o baixo índice de interesse dos eleitores, seus votos se enquadram na categoria dos voláteis e que, portanto, podem ainda vagar de um lugar para outro, já que desinteresse não combina com firmeza.

Flacidez 2

Ainda assim, a pesquisa mostra um cenário que o senso comum já havia detectado: o inquestionável favoritismo de Rafael Greca (45%) sobre seu principal oponente, o candidato à reeleição Gustavo Fruet, com parcos (16%). Não é, porém, senso comum que Greca se eleja já no primeiro turno – muito embora o Ibope já o coloque nesta posição: somados, os votos de todos os demais candidatos alcançam 41% – quatro pontos porcentuais abaixo do mínimo necessário para configurar uma decisão em 2.º turno.

Flacidez 3

É de se notar também outra constatação do Ibope: independentemente de suas escolhas pessoais, 53% dos eleitores acreditam que Greca ganhará a eleição; 17% ainda acham que será Fruet. Trata-se do que se chama de “onda”, fenômeno que só marqueteiros muito competentes são capazes de reverter.

* Pesquisa Ibope contratada pela RPC/TV, realizada de 15 a 18 de setembro com 805 eleitores. Margem de erro: 3 pontos porcentuais para mais ou para menos. Nível de confiança é de 95%. Registro no TRE-PR sob nº 01610/2016.

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