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Matheus Rodrigues depôs por cerca de sete horas à CPMI | Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr
Matheus Rodrigues depôs por cerca de sete horas à CPMI| Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr

4 paranaenses são mencionados em conversas

Matheus Mela Rodrigues citou quatro paranaenses na lista de nomes que foram mencionados em interceptações de conversas de pessoas ligadas ao grupo de Cachoeira.

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Advogado de Cachoeira participa de sessão secreta da CPMI

O senador Pedro Taques (PDT-MT) levantou uma questão de ordem na sessão da CPMI de ontem, questionando as presenças dos advogados de Carlinhos Cachoeira, e Demóstenes Torres e do ex-diretor da Delta, Cláudio Abreu, também citado na investigação sobre Cachoeira. O presidente da comissão, o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), informou que tomou a decisão de permitir a entrada dos advogados "monocraticamente", quer dizer, ele sozinho decidiu aceitar as presenças dos advogados durante o depoimento do delegado da PF Matheus Mela Rodrigues, responsável pela Operação Monte Carlo.

Os parlamentares ficaram revoltados porque não foram comunicados de que os advogados poderiam participar da sessão, uma vez que ela é secreta – como ocorreu na quarta-feira, a sessão foi aberta apenas para os parlamentares da CPMI e um assessor de cada.

"Esta comissão tem reuniões secretas e presenças secretas. O presidente poderia até decidir monocraticamente, mas deveria informar os membros da CPI. Os advogados estão tendo uma participação privilegiada", disse o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB).

O delegado Matheus Mella Rodrigues afirmou ontem, na sessão reservada da CPMI do Cachoeira, que durante as interceptações telefônicas feitas na Operação Monte Carlo há 81 autoridades com foro especial citadas nas conversas. Na lista, constam vereadores, deputados federais e estaduais, senadores, secretários de estado, ministros do Supremo Tribunal Federal e até a presidente Dilma Rousseff.

Nos diálogos, o nome do governador de Goiás, o tucano Marconi Perillo, foi citado 237 vezes por pessoas envolvidas no esquema comandado pelo contraventor Carlinhos Cachoeira. A Operação Monte Carlo levou à prisão Cachoeira e seu grupo no final de março.

Segundo o senador Randolfe Rodrigues (PSol-AP), durante o depoimento, o delegado mencionou pelo menos quatro situações que caracterizariam a proximidade do governador tucano com o contraventor. Das conversas gravadas com autorização judicial, a polícia registrou dois telefonemas do governador para o bicheiro e dois encontros.

Na sua exposição, o delegado também disse que foram interceptadas com autorização judicial 260 mil ligações, das quais 17 mil consideradas pela PF como importantes para a investigação. Houve ainda 4 mil ligações fortuitas, quando surgem pessoas que originalmente não tem vinculação direta com os fatos sob apuração.

Ao longo da operação, a Polícia Federal acumulou 250 mil horas de conversas interceptadas do bicheiro Carlinhos Cachoeira e integrantes da organização liderada por ele, disse o delegado. Ele afirmou que na Operação Monte Carlo foram feitas citações de 81 autoridades e que existem 3.753 gravações que tratam e envolvem políticos, como Demóstenes Torres (sem partido-GO).

O delegado também apontou o envolvimento da organização criminosa com setores do governo do Distrito Federal, administrado por Agnelo Queiroz (PT). Segundo a interpretação de Randolfe, as situações são diferentes. Em Goiás, a suspeita recai até sobre o governador. No DF, as acusações estão relacionadas a integrantes do governo.

O deputado Silvio Costa (PTB-PE) discordou da versão de Randolfe sobre o relato do delegado. Eles bateram boca, e o deputado chegou a dizer que o senador estava precisando de "remédio no ouvido".

Mas o deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) defendeu a imediata convocação do governador tucano para explicar a ligação de Perillo com o contraventor. "Fazendo uma figura de linguagem: o que dá para entender é que o governador de Goiás era o Cachoeira." Para o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), as ligações não provam nada. O peemedebista disse, que, embora acredite que tenha havido uma "promiscuidade" de integrantes do governo de Goiás com o grupo do contraventor, é necessário avaliar a conveniência de convocar autoridades para não se perder o foco das investigações.

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