
Em recesso oficial, parlamentares do PMDB já iniciaram conversas para tratar da eleição do novo líder da bancada do partido, a maior da Câmara dos Deputados. Outras legendas também podem trocar de líder. De olho nisso tudo, está o Planalto, que vê nas cadeiras de comando das bancadas uma maneira de assegurar sua influência na formação da comissão especial de impeachment, cuja missão é opinar se a presidente Dilma Rousseff cometeu ou não crime de responsabilidade.
No último dia 17, o Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que os candidatos às 65 vagas da comissão devem ser indicados pelos líderes partidários, sem possibilidade de lançamento “avulso” de nomes, como queria a oposição. Assim, a troca de líderes que normalmente acontece todo início de ano ganhou outro peso em 2016.
A principal preocupação do Planalto é com o dividido PMDB, sigla formalmente pertencente à base. Por ser hoje a maior bancada da Casa, com 67 parlamentares, o PMDB também tem direito a indicar mais nomes ao grupo que vai analisar o impeachment. Por isso, aliados de Dilma tentam manter a liderança nas mãos do deputado Leonardo Picciani (RJ), que defende a permanência da petista no cargo, contrariando o grupo afinado com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Para aliados, o recesso foi positivo a Picciani, que em dezembro chegou a perder a cadeira por uma semana para Leonardo Quintão (MG), após uma manobra do grupo de Cunha e do vice-presidente Michel Temer (PMDB). “O pessoal vai para casa, se desmobiliza. Quem já está no poder se beneficia. E o impeachment esfriou desde a decisão do STF”, disse o deputado federal João Arruda (PMDB-PR), que deve se reunir nesta terça-feira (12) com Picciani e outros parlamentares.



