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Sérgio Machado é o mais novo envolvido na investigação em torno da Operação Lava Jato. | Agência Petrobras/Divulgação
Sérgio Machado é o mais novo envolvido na investigação em torno da Operação Lava Jato.| Foto: Agência Petrobras/Divulgação

O dono da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, afirmou em sua delação premiada que o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado pediu a ele R$ 1 milhão para que “as obras andassem normalmente”. À Procuradoria-Geral da República (PGR), o delator afirmou que sabia que Machado estava na Transpetro desde 2003 por indicação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Segundo Pessoa, durante a execução do contrato da UTC com a Transpetro – assinado em 20 de julho de 2006 em “licitação legítima” –, a empreiteira teve dificuldades em relação “à fiscalização, ao planejamento, à liberação de frentes, à realização de medicações e à efetivação dos pagamentos”.

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“Diante dessas dificuldades, o declarante [Pessoa] procurou o presidente da Transpetro para superar os entraves na execução das obras”, diz relatório da PGR. “Nos encontros que teve com Sérgio Machado, este disse que poderia ajudá-lo e solicitou que o declarante lhe pagasse R$ 1 milhão; que Sérgio Machado disse que o pagamento serviria para fazer com que as obras andassem normalmente; que o declarante efetuou o pagamento, mas não houve melhora na execução do contrato com a Transpetro.”

O dono da UTC afirmou que o pagamento foi feito em três ou quatro parcelas. O dinheiro, segundo Pessoa, foi entregue em São Paulo, “na sede da UTC ou em um hotel no Itaim-Bibi”.

Nesta terça-feira (15), a Polícia Federal fez buscas no apartamento de Machado em São Conrado, no Rio. Os agentes levaram malotes com documentos. O ex-presidente da Transpetro deixou a subsidiária da Petrobras em fevereiro de 2015, após 12 anos no comando da estatal petrolífera. A Transpetro é a maior processadora brasileira de gás natural. Machado foi nomeado em 2003 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Machado já havia sido citado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Em delação premiada, Costa afirmou que recebeu de Machado R$ 500 mil em dinheiro “como parte de um pagamento de propina referente ao fretamento de navios entre 2009 e 2010, que envolvia a Diretoria de Abastecimento e a Transpetro”.

‘Lisura’

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Autorizada pelo STF, nova fase da Lava Jato executa 53 mandados. Além do presidente da Câmara dos Deputados, são alvos os ministros Celso Pansera (Ciência e Tecnologia, PMDB-PA) e Henrique Alves (Turismo, PMDB-RN), o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), o senador e ex-ministro Edison Lobão (PMDB-MA) e o ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado.

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O ex-presidente da Transpetro informou nesta terça, após as buscas da PF durante a Operação Catilinárias, que está à disposição de todos os órgãos envolvidos nas investigações, para prestar os esclarecimentos solicitados. “O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado reitera estar certo da lisura de sua gestão à frente da empresa e tem total confiança no trabalho dos investigadores e da Justiça”, afirmou Machado em nota.

Renan

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), minimizou as ações realizadas ontem pela Polícia Federal de busca e apreensão em residências e escritórios de políticos do PMDB. Renan não quis dar nenhuma declaração objetiva sobre o episódio. “Não tenho informação. Prefiro não dar opinião sem saber o que motivou essas ações”, resumiu.

A interlocutores próximos, no entanto, o presidente do Senado avaliou que “o governo não tem controle sobre as investigações” e que “não mudará sua conduta”. Atualmente, ele é principal aliado da presidente Dilma Rousseff no Congresso.

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