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Ricardo Pessoa fechou acordo de delação premiada, homologado pelo STF na quinta-feira (25). | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Ricardo Pessoa fechou acordo de delação premiada, homologado pelo STF na quinta-feira (25).| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

O ex-presidente da UTC Ricardo Pessoa detalhou em depoimento de delação premiada que repassou R$ 3,6 milhões de caixa dois para o ex-tesoureiro da campanha da presidente Dilma Rousseff (PT) em 2010, José de Filippi, e ao ex-tesoureiro nacional do PT João Vaccari Neto, entre 2010 e 2014. Ele entregou aos investigadores uma planilha intitulada “pagamentos ao PT por caixa dois” que relaciona os ex-tesoureiros a valores.

Na quinta (25), o Supremo Tribunal Federal homologou a delação de Pessoa, o que significa que as informações prestadas por ele em depoimento à Procuradoria Geral da República poderão ser utilizadas para ajudar as investigações.

Secretário municipal de saúde de São Paulo, Filippi é uma das pessoas mais próximas do ex-presidente Lula. Antes de ser o responsável pelas contas da campanha de Dilma, ele foi o tesoureiro da campanha à reeleição de Lula em 2006.

Os supostos pagamentos a Filippi relacionados pelo executivo em delação somam R$ 750 mil e foram feitos nos anos eleitorais de 2010, 2012 e 2014. Há um pagamento fora do calendário eleitoral, em 2011, de R$ 100 mil.

Em 2010, quando era tesoureiro da campanha de Dilma, conforme a planilha, ele teria recebido de caixa dois R$ 250 mil. No Tribunal Superior Eleitoral há registro de repasse de R$ 1 milhão da UTC para a direção nacional do PT. Na prestação da campanha de Dilma, não há registro de doação da empreiteira nem do seu braço Constran. Nos demais anos, a planilha indica repasses nos valores de: 2012 (R$ 200 mil); 2013 (R$ 100 mil) e 2014 (R$ 100 mil).

A planilha apresentada por Pessoa também relaciona o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, que está preso. Na lista apresentada por Pessoa, ele aparece relacionado a suposto pagamento de caixa 2 de R$ 2,9 milhões que teriam sido feitos entre 2011 e 2013, período em que respondia pelo caixa do PT.

A defesa de Vaccari afirmou que ele “jamais solicitou doação de caixa 2 ou para caixa 2”. Em nota, o PT negou que tenha recebido dinheiro ilegal.

Já Filippi, disse, em nota, que no pleito de 2010 manteve contato “de forma transparente com diversas empresas em busca de doações eleitorais, portanto legalmente registradas, incluindo o senhor Ricardo Pessoa”. Filippi afirma que todas as doações da UTC foram realizadas via TED e devidamente registradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral. A defesa de Pessoa informou que não confirma a autenticidade da planilha. A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Vaccari.

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