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“Não retiro o que falei sobre a condução de alguns momentos na Casa (...). Há sim parlamentares conduzidos por este setor [do pedágio].”Cleiton Kielse(PMDB), deputado estadual // “Que ele [Kielse] traga as provas para que possamos punir os culpados. Se as provas não vierem, tomaremos outras medidas [contra ele].”Valdir Rossoni(PSDB), presidente da Assembleia Legislativa | Sandro Nascimento/Alep e Hugo Harada/ Gazeta do Povo
“Não retiro o que falei sobre a condução de alguns momentos na Casa (...). Há sim parlamentares conduzidos por este setor [do pedágio].”Cleiton Kielse(PMDB), deputado estadual // “Que ele [Kielse] traga as provas para que possamos punir os culpados. Se as provas não vierem, tomaremos outras medidas [contra ele].”Valdir Rossoni(PSDB), presidente da Assembleia Legislativa| Foto: Sandro Nascimento/Alep e Hugo Harada/ Gazeta do Povo

O deputado Cleiton Kielse (PMDB) acusou ontem os colegas de estarem "comprados" pelas concessionárias de pedágio. Sem citar nomes, o peemedebista disse que há parlamentares que trabalham para frear ações na Assembleia Legislativa do Paraná prejudiciais às empresas. Pressionado pelos demais deputados, que se sentiram ofendidos com as declarações, o presidente da Casa, Valdir Rossoni (PSDB), acionou o Conselho de Ética para apurar a denúncia. Ainda assim, Kielse reafirmou o teor do seu posicionamento.

As declarações de Kielse foram dadas em entrevista à rádio Band News Curitiba logo após uma audiência pública que discutiu o pedágio no estado. "São deputados comprados pelo pedágio, que venderam a sua alma ao diabo, que estão esperando algum acréscimo de benefício na sua própria vida pessoal para verem novas mortes nas estradas; para comemorarem, talvez, de uma eleição ou outra, não vendo o que estão fazendo contra a economia e as famílias paranaenses", afirmou o parlamentar na entrevista.

Mais tarde, durante a sessão, Rossoni anunciou que iria denunciar Kielse ao Conselho de Ética da Casa para que a verdade seja esclarecida. Segundo o tucano, a acusação foi gravíssima e, por não mencionar nomes, o peemedebista atingiu todos os outros 53 deputados. "Que ele [Kielse] traga as provas para que possamos punir os culpados. Se as provas não vierem, tomaremos outras medidas [contra ele]", afirmou Rossoni.

A atitude do presidente da Casa foi defendida por outros deputados. "Não se pode fazer acusações levianas e insinuações dessa natureza, maculando a imagem de todos os parlamentares", disse o líder do governo, Ademar Traiano (PSDB).

Em resposta, Kielse voltou ao ataque e revelou que solicitou à Justiça Eleitoral a relação dos políticos do estado que receberam doação de campanha de concessionárias de pedágio ou de algum dos sócios das empresas – a legislação brasileira impede que concessionárias de serviço público façam doações eleitorais. "Não retiro o que falei sobre a condução de alguns momentos na Casa, em que deputados tentam abafar qualquer tentativa de que os contratos do pedágio sejam revistos. Há sim parlamentares conduzidos por este setor [do pedágio]. Sempre surgem conveniências de momento quando discutimos esse tema", reiterou, mais uma vez sem citar nomes.

No ano passado, baseado em um parecer da procuradoria da Assembleia, Rossoni decidiu não instalar a CPI do Pedágio proposta por Kielse, sob o argumento de que o tema já foi objeto de investigação, em 2003.

Procurado para comentar o assunto, o presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Ro­do­vias (ABCR), João Chiminazzo Neto, não foi localizado pela reportagem.

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