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Renan Calheiros (PMDB-AL) | Moreira Mariz/Agência Senado
Renan Calheiros (PMDB-AL)| Foto: Moreira Mariz/Agência Senado

Antigo aliado da presidente afastada Dilma Rousseff, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), visitou a petista na tarde desta quarta-feira (29) no Palácio da Alvorada, em Brasília. De acordo com o peemedebista, os dois trataram da conjuntura política e econômica do país e do andamento do processo de impeachment no Senado. Dilma recomendou a Renan “ponderação e equilíbrio” porque isso “está em falta no Brasil”.

Este foi o terceiro encontro divulgado do peemedebista com Dilma desde que ela foi afastada do comando do país, em 12 de maio, devido ao seu julgamento no Senado, mas foi o primeiro a ser registrado na agenda oficial de Renan.

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De acordo com ele, o convite partiu da própria presidente. “Mas poderia ter partido de mim também. Estava há alguns dias sem falar com ela e estava sentindo falta”, disse.

Para Renan, a presidente “continua muito bem”. “Está triste, porém aguerrida”, contou. “Ela aproveitou a oportunidade da conversa para recomendar ponderação e equilíbrio. Ela acha que essas coisas estão em falta no Brasil e comemorou o fato de ter na presidência do Senado alguém que conversa com todo mundo”, disse Renan ao retornar para o Senado.

Apesar de confirmar a aliados que aceita realizar um plebiscito para a convocação de novas eleições se conseguir voltar à Presidência, Dilma não falou sobre o assunto com Renan. O peemedebista, no entanto, não acredita que a questão possa prosperar no Congresso porque é necessário que haja amplo apoio dos parlamentares.

“Essa possibilidade não está posta e é difícil caminhar porque precisaria de uma correlação bastante favorável. Eu não acredito na possibilidade dessa perspectiva preponderar. A única solução posta que temos no Brasil, constitucional, é a continuidade do presidente da República em exercício”, disse, em referência a Michel Temer, de quem tem se aproximado.

De acordo com ele, Dilma perguntou sobre o calendário do processo de impeachment mas não deu indicações sobre se pretende ir ao Senado se defender pessoalmente. O julgamento final deve ocorrer no plenário da Casa depois do dia 20 de agosto.

“Ela disse que colaborará para que esse calendário seja cumprido. No que depender dela, ela favorecerá o calendário. Fizemos uma avaliação da situação econômica, política e fiscal. Ela mais uma vez, citando números de memória, está realmente bem”, avaliou Renan.

Segundo o peemedebista, Dilma também não quis fazer comentários sobre a gestão do presidente interino mas considerou que a crise pela qual o país passa é grave. “Ela entende que é preciso que haja mudanças”, disse.

Banco Central

Renan também recebeu o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, nesta terça (29). No encontro, o economista apresentou ao presidente do Senado os quatro diretores que serão sabatinados pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) na próxima terça (5).

De acordo com Renan, se o colegiado aprovar os nomes, o plenário da Casa poderá votar a indicação no mesmo dia. “Será uma demonstração do Senado com o compromisso de agilizar procedimentos que são fundamentais para a retomada da confiança e do crescimento do país”, disse.

O peemedebista aproveitou a reunião para defender, mais uma vez, a independência formal do Banco Central com o estabelecimento de mandatos para o presidente e diretores do banco. “Eu disse que ainda não temos uma correlação favorável a essa decisão mas que estamos nas comissões [do Senado] amadurecendo a ideia e que logo depois das eleições vamos votar essa matéria, controversa, mas que precisa ser decidida”, disse.

De acordo com ele, Goldfajn disse concordar com a mudança e que está analisando propostas que estão em tramitação na Câmara e no Senado.

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