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Reunida em Brasília com a cúpula do governo, Dilma Rousseff escalou neste sábado (27) os ministros do PT Edinho Silva (Comunicação Social) e José Eduardo Cardozo (Justiça) para rebater as acusações sobre dinheiro ilegal para a sua campanha presidencial em 2014. A acusação foi feita em delação premiada pelo dono da UTC, Ricardo Pessoa no âmbito da Operação Lava Jato, e homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) na quinta-feira.

Os ministros darão coletiva nesta tarde, em Brasília. A presidente embarcou após a reunião para os EUA em viagem para atrair investidores para o Plano de Investimento em Logística, lançado este mês.

O ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil), previsto para acompanhar a presidente na viagem, cancelou sua participação na comitiva. Embora não seja habitual que o ministro da Casa Civil faça viagens ao exterior, a principal razão para ele ficar foi a divulgação da delação.

Na reunião no Palácio do Alvorada na manhã deste sábado, antes de viajar, a presidente se mostrou ‘‘indignada’‘ pois avaliou, junto com os ministros, que há uma tentativa de aprofundar a tese que criminaliza doações legais para atingir sua campanha e desestabilizar a sua presidência. E que há um ‘‘vazamento seletivo’‘ para atingir sua campanha e ‘‘isentar’‘ as demais campanhas adversárias, ‘‘inclusive a de Aécio Neves’‘, segundo um ministro ouvido pela reportagem.

Ricardo Pessoa afirmou que doou oficialmente R$ 7,5 milhões à campanha de reeleição da presidente no ano passado por temer prejuízos em seus negócios na Petrobras caso não ajudasse o PT. Como a Folha de S.Paulo revelou em maio, a doação foi feita legalmente e ele disse que tratou da contribuição diretamente com o tesoureiro da campanha de Dilma, o atual ministro da Secom.

Presentes à reunião, os ministros Cardozo, Mercadante, Edinho Silva e Giles Azevedo, assessor especial, bateram na tecla de que o PSDB foi poupado na delação. Os assessores disseram haver doações feitas pela UTC no mesmo dia para o candidato tucano e para a presidente, nos registros do Tribunal Superior Eleitoral, mas ‘‘para o PSDB não vale’‘, queixam-se. ‘‘É um ataque seletivo’‘, disse um ministro.

Em 2014, Dilma queria descolar a sua campanha da direção do PT e nomeou Edinho Silva como tesoureiro para ‘‘blindar’‘ as contas presidenciais. Ele foi uma escolha pessoal da presidente, que acompanhou de perto as doações à sua campanha. Nos bastidores, auxiliares próximos relatavam que a presidente não queria misturar as finanças do comitê presidencial com a do PT, por desconfiar do modo como João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT e preso pela Operação Lava Jato, conduzia as finanças do partido.

Por isso, argumentam aliados de Dilma, ela está ‘‘indignada’‘ com a delação de Pessoa envolvendo irregularidades na campanha de 2014.

Petistas temem que a delação de Pessoa reacenda o debate sobre impeachment na oposição.

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