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O doleiro Bernardo Schiller Freiburghaus, considerado pela Justiça do Paraná como foragido da Operação Lava Jato e que atualmente está morando na Suíça, enviou correspondência nesta sexta-feira ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, por meio de sua advogada, negando ser “intermediador de propinas e lavagem de dinheiro que prestava serviços para a Odebrecht”. Ele disse que já estava morando na Suíça há muito tempo, lembrou que deu novo endereço para receber notificações judiciais e que queria entender por que a Justiça do Paraná pediu para incluir seu nome na lista vermelha da Interpol como procurado internacional.

Assinada pela advogada Fernanda Telles, a petição de Freiburghaus diz que soube que era investigado pela Lava Jato no dia 13 de fevereiro deste ano, quando já estava morando na Suíça. Mesmo assim, informou endereço para receber notificações, colocando-se à disposição da Justiça, mas “sequer teve a oportunidade de ser ouvido”. Mesmo assim, no dia 15 de junho, quando os executivos da Odebrecht e Andrade Gutierrez foram presos, “V. Excia afirmou que o requerente seria o intermediador de propinas e lavagem de dinheiro que prestava serviços para a Odebrecht, registrando também que Bernardo teria fugido do Brasil, no curso das investigações, refugiando-se na Suíça, embora residisse de forma permanente no Brasil, fato que teria atrapalhado as investigações”, diz a petição.

Freiburghaus diz que, desde então, foi determinada sua captura pela Interpol e que vem sendo tratado como foragido da justiça. Ele nega “veementemente” os crimes dos quais é acusado na Lava Jato. E informa o juiz Moro que não fugiu para a Suíça.

“O requerente sempre manteve vínculos com a Suíça, terra natal de seu genitor, onde o requerente residiu por quase 12 anos, período em que inclusive cursou Ciências Econômicas, Sociais e Financeiras na Faculty of Economic and Social Sciences, na Université de Genève, Suíça. Além desses breves esclarecimentos, o requerente aproveita para reiterar sejam disponibilizados todos os documentos relacionados à solicitação de assistência jurídica internacional à Suíça e que sejam disponibilizados os documentos que embasaram a inclusão do nome do requerente na lista vermelha da Interpol.

Segundo a força-tarefa da Operação Lava Jato, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou em delação premiada que a Odebrecht, um das empresas investigadas por suspeita de participar do cartel da Petrobras, depositou em contas abertas em seu nome no exterior pelo menos US$ 31,5 milhões, entre 2008 e 2013, e que, de acordo com ele, os depósitos foram feitos por meio do operador Bernardo Schiller Freiburghaus, da Diagonal Investimentos — um dos 11 investigados na nona fase da Operação Lava Jato.

O juiz Sérgio Moro disse, ainda, que Bernardo Freiburghaus também consta como procurador em contas mantidas na Suíça por Pedro Barusco, ex-gerente executivo da Petrobras.

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