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Marina Silva e o cantor Gilberto Gil durante encontro da candidata com artistas, no Rio de Janeiro, nesta quarta-feira | REUTERS/Ricardo Moraes
Marina Silva e o cantor Gilberto Gil durante encontro da candidata com artistas, no Rio de Janeiro, nesta quarta-feira| Foto: REUTERS/Ricardo Moraes

Em clima de intimidade, em meio a representantes da classe artística, Marina fez um discurso de desabafo na noite desta quarta-feira (17), na Escola de Cinema Darcy Ribeiro, no centro do Rio.

Ela contou em tom emocionado seu passado humilde no Acre e se disse pressionada pelo ambiente de críticas provenientes de seus adversários. Ela explicou mais detalhadamente a ideia que vem expondo à exaustão, de contar com os melhores quadros de cada partido para compor um eventual governo.

"Imagine o PSDB escalando o melhor que tem para que a gente faça o juro cair, a inflação descer e o país ter credibilidade. Imagine o PT escalando o seu melhor quadro para que nunca mais as políticas sociais possam retroceder e que a gente saia das políticas de transferência de renda para as políticas de inclusão produtiva para que as filhas do Bolsa Família não virem mães do Bolsa Família", disse.

A política de coalizão brasileira, um dos focos principais de Marina, foi alvo de críticas. No caso específico, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB): "Você imagina um ministro que toda vez que ele fala de energia eu fico com vergonha, porque sei que o ministro não entende nada de energia".

"O PT ganhou as eleições e, para governar, foi tutelado pelo PMDB. Fernando Henrique ganhou a eleição, para governar, foi tutelado pelo PFL. Será que não chegou a hora de aposentar a velha República? Chamar a Nova República à responsabilidade? Estão vivendo a síndrome de Estocolmo, se apaixonaram pelos sequestradores de seus sonhos", concluiu a ex-senadora.

Marina reafirmou que está disposta a governar por apenas um mandato e emendou: "vai ser mais fácil conversar com Lula e com Fernando Henrique do que foi conversar com (José) Sarney ou Antônio Carlos Magalhães", disse.

"Estou dizendo que será só um mandato. PSDB chegou e falou que seriam 20 anos, o PT chegou e falou que seriam 20 anos. Deu no que deu. Vocês que são viciados em poder, não precisam entrar em crise de abstinência. Serão só quatro aninhos".

A candidata defendeu ainda Neca Setúbal, herdeira do Grupo Itaú e educadora, responsável por seu programa de governo. Ela mencionou ainda uma afirmação que deu em um debate, quando referiu Chico Mendes como membro da elite do Brasil.

"A deturpação nas redes sociais foi imensa. Para mim a elite não é quem tem dinheiro. E não ter dinheiro não nos impede de fazer parte da elite. A elite de um país é quem pensa estrategicamente, vê o interesse público, o interesse coletivo", afirmou.

E contrapôs: "tenho passado um momento difícil. Vocês já viram uma propaganda que diz que se eu for eleita quem vai mandar no país são os banqueiros? A comida saindo do prato das crianças, os livros ficando brancos?

Vocês acham que uma pessoa alfabetizada aos 16 anos pelo MOBRAL, fez supletivo de primeiro e segundo grau, sabe que a educação fez um milagre em sua vida, não vai priorizar a educação?".

Marina enumerou ainda obras e realizações que seus adversários afirmam que acabarão ou serão paralisadas se ela for eleita, e brincou: "isso (ela própria) não é uma pessoa, é um exterminador do futuro".

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