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Para tentar segurar a ex-ministra Marina Silva no PSB, caso ela vença a eleição presidencial, a direção da legenda pretende dar-lhe o título de "militante honorária do PSB". Marina e o presidente interino do partido, Roberto Amaral, já conversaram sobre o assunto. Ele espera apenas ser confirmado presidente efetivo do partido na reunião da Executiva convocada para segunda-feira para oferecer o título de militante para Marina. A ex-ministra é candidata à Presidência da República pelo PSB, mas não é um quadro do partido. Abrigou-se nele em outubro do ano passado, depois de ver o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negar o registro para a Rede Sustentabilidade. O tribunal alegou que a Rede não apresentou o número de assinaturas de apoio necessário para a criação da nova legenda. Ela então propôs a parceria com o PSB, mantendo a Rede como um corpo independente na sigla. Com a morte do ex-governador Eduardo Campos, Marina assumiu a candidatura à Presidência pelo PSB, embora seja a líder da Rede.

Amaral disse ao Estado que não existe nenhum compromisso de Marina se manter no PSB depois da eleição, vença ou não. Ele espera, ao dar o título de militante para a ex-ministra, que Marina se sinta à vontade para decidir. "Não há nenhuma pressão em cima da candidata. O título é para que Marina saiba que o partido gosta muito dela. Se optar por ficar no PSB, exercitará mais uma vez sua postura republicana", disse ele, traindo o desejo de que Marina fique entre os socialistas enquanto durar o exercício da Presidência, caso ela vença a eleição.

Dirigentes da Rede afirmaram que Marina Silva reflete muito sobre o assunto. Já teria pensado até em ficar no PSB se vencer a eleição, para não causar tumultos internos entre os socialistas, além de fortalecer o partido. Enquanto isso, seus parceiros da Rede cuidariam de colher novas assinaturas para legalizar o partido. A ex-ministra se transferiria depois de cumprir o mandato, pois diz não pretender disputar a reeleição.

Apesar do aceno a Marina com o título honorário, a candidata e seu grupo têm evitado participar da disputa interna que se acirrou nos últimos dias, depois que Amaral convocou uma reunião para eleger o novo comando da sigla. A Rede não pretende participar da eleição no PSB. "O PSB é o PSB. O que decidir, nós respeitamos. Não damos palpite na vida deles como eles não dão na nossa. Somos partidos distintos e isso ficou acordado quando nosso grupo juntou-se ao PSB", disse Pedro Ivo, um dos dirigentes da Rede e coordenador da campanha de Marina.

A ala pernambucana do PSB, ligada ao ex-presidente Eduardo Campos, morto em agosto, tenta o adiamento da reunião, alegando falta de tempo para articulações. Renata Campos, viúva de Eduardo Campos, defende a candidatura do prefeito do Recife, Geraldo Júlio. Para tentar evitar um racha, dirigentes do PSB viajaram para Recife nos últimos dias para negociar um acordo entre as várias alas da legenda. Foi oferecida a Geraldo Júlio a vice-presidência da sigla. O candidato a vice, Beto Albuquerque (PSB), também defende o adiamento da reunião. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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