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 | Fabio Rodrigues Pozzebom /Agência Brasil
| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom /Agência Brasil

Em 1927, a professora Celina Guimarães Viana requereu no Rio Grande do Norte o direito de votar. O estado foi o primeiro a estabelecer que não haveria distinção de gênero para exercer o direito incluindo o nome de Celina na lista de eleitores – ela foi a primeira mulher habilitada a votar não apenas no Brasil, mas em toda América Latina.

Quase 89 anos depois, 75,2 milhões de mulheres devem ir às urnas para escolher prefeitos e vereadores – 6,5 milhões de votos femininos a mais do que masculinos.

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Celina Guimarães Viana foi a primeira mulher eleitora do Brasil.

Há 18 anos, o número de eleitoras no Brasil se igualava ao de eleitores. Em 2004, elas ultrapassaram e passaram a ser maioria entre os votantes. Hoje, as mulheres atingiram o maior número entre os eleitores e são 52,2% do eleitorado brasileiro.

Além de serem maioria, as mulheres costumam decidir o voto na reta final, se tornando “eleitoralmente perigosas”. Na pesquisa Ibope* realizada em Curitiba, enquanto 45% dos homens afirmaram estar indecisos, 53% das mulheres disseram não saber ainda em quem vão votar em 2 de outubro.

De acordo com a socióloga e especialista em pesquisas de opinião, Fátima Jordão, por ter um grande vivência da cidade no que diz respeito aos serviços públicos como transporte, saúde e educação, as mulheres sabem se as promessas podem ou não ser colocadas em práticas – e acabam tendo um voto mais crítico.

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“A mulher tem conhecimento dos temas, principalmente dos temas da eleição municipal, por que ela tem conhecimento dos postos de saúde, ela vive a educação dos filhos”, afirmou.

“Cada dia mais, as mulheres gerenciam essa parte da família”, disse. Hoje, de acordo com o IBGE, 40% das famílias brasileiras são chefiadas por mulheres.

E é justamente por isso que elas demoram mais para decidir. “A mulher acompanha até o último momento para decidir o candidato, principalmente na medida em que a escolha se baseia cada vez menos pelos partidos políticos”, explicou a socióloga.

Da eleitora para a eleita

As eleições municipais também mostram uma tendência maior de mulheres eleitas como representantes tanto do executivo quanto do legislativo municipal - principal porta de entrada das mulheres na política.

“Temos mais mulheres candidatas e não apenas fornecendo suporte para as campanhas, mas protagonistas. O maior número de mulheres nos postos de poder político está nas Câmaras Municipais”, disse Fátima Jordão.

As mulheres que usam os equipamentos públicos não gostam do que veem

A insatisfação das mulheres também pode ser medida pela avaliação que elas fazem dos equipamentos públicos e serviços de educação saúde e transporte.

Na opinião delas, dada ao Ibope, quase tudo é péssimo e elas querem mudanças. Entre as mulheres que utilizam serviços públicos, 95% utilizam a educação pública; 88% dependem da saúde pública e 80% dependem do transporte.

A avaliação que estas mulheres fazem dos serviços não é nada boa: 50% consideram a educação ruim ou péssima, 55% dizem ser péssimo os serviços de transporte e 66% acredita que a saúde pública no brasil é ruim ou péssima.

Mesmo que 79% das mulheres acreditem que se paga impostos demais no Brasil, apenas 16% preferem que as taxas diminuam. A grande maioria (82%) prefere que os serviços públicos melhores ou funcionem de forma adequada.

*A pesquisa foi contratada pela Sociedade Rádio Emissora Paranaense S.A e foi realizada entre os dias 19 e 22 de agosto com 602 eleitores. A margem de erro da pesquisa estimulada é de 4 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. A pesquisa está registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) sob o protocolo Nº PR-04300/2016.

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