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| Foto: Henry Milléo/Gazeta do Povo

Sergio Moro, juiz federal responsável por julgar os processos da Operação Lava Jato na primeira instância, votou por volta das 10h30 no Clube Duque de Caxias, no Bacacheri, em Curitiba, sob aplausos e gritos de herói. Moro chegou ao local acompanhado por dois seguranças, entrou pelos fundos e não conversou com a imprensa.

Ele foi aplaudido por eleitores, que chegaram a chamá-lo de ‘herói brasileiro’ e votou em menos de dois minutos. O juiz também cumprimentou os mesários da sua seção eleitoral e a eleitora que o antecedeu. Perguntado em quem votou, disse, sorrindo, que o voto é secreto.

Frisson

Quando chegou, Moro estava com um boné vermelho, que logo foi escondido. O juiz chegou a tirar algumas selfies com os eleitores que estavam pelo local, mas usou poucas palavras para falar com a imprensa. Ele não respondeu se pretende se candidatar a algum cargo público em 2018 e também ignorou um questionamento sobre a compra de foguetes, em alusão a uma eventual prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ao ser questionado se o ministro da Justiça Alexandre de Moraes estaria recebendo informações privilegiadas sobre a Lava Jato, Moro apenas disse ‘sem comentários’. A polêmica se refere a uma declaração feita pelo ministro no último domingo (25), quando Moraes sinalizou que uma nova etapa da operação seria deflagrada naquela semana. “Teve a semana passada e esta semana vai ter mais, podem ficar tranquilos. Quando vocês virem esta semana, vão se lembrar de mim”, disse o ministro em um evento de campanha do deputado federal Duarte Nogueira (PSDB), candidato a prefeito de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.

Poucas horas depois, o Ministério da Justiça e Cidadania emitiu nota afirmando que a frase “não foi dita porque o ministro tem algum tipo de informação privilegiada ou saiba de alguma operação com antecedência, e sim no sentido de que todas as semanas estão ocorrendo operações”. Na segunda-feira (26), foi deflagrada uma nova fase da Lava Jato, a 35.ª, batizada de Omertà, que culminou com a prisão de Antonio Palocci.

A Comissão de Ética da Presidência da República vai investigar o caso.

“Eleitor Che”

Minutos antes de Sergio Moro entrar, um eleitor com uma camiseta alusiva ao revolucionário Che Guevara se desentendeu com um dos mesários e chegou a bater na mesa. Um policial militar se deslocou até a seção, vizinha a do juiz, e a situação se acalmou sem grandes alardes. Logo em seguida, o eleitor teria dito, segundo o policial: “Ah, não! O Sergio Moro vota aqui também?”.

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