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Vista panorâmica do Complexo de Deodoro: obras atrasadas e problemas com a empreiteira. | Marco Antonio Teixeira/Prefeitura do Rio
Vista panorâmica do Complexo de Deodoro: obras atrasadas e problemas com a empreiteira.| Foto: Marco Antonio Teixeira/Prefeitura do Rio

A construtora Queiroz Galvão, uma das empresas investigadas pela Operação Lava Jato, ameaça paralisar as obras do Complexo Esportivo de Deodoro, na zona oeste do Rio de Janeiro, um dos principais centros de competição dos Jogos Olímpicos.

A empresa, responsável pelas obras juntamente com a construtora OAS, demitiu 70 funcionários nesta quarta-feira (1.º) e colocou outros 500 operários em aviso prévio, segundo apurou a reportagem. O canteiro reúne 1.000 trabalhadores no total. Os demais funcionários podem ser demitidos já na semana que vem. Eles possuem contrato de experiência e não necessitam de aviso prévio.

A empresa alegou aos empregados que não tem condições financeiras de mantê-los diante de atrasos nos pagamentos pela Prefeitura do Rio. A construtora iniciou as obras em agosto de 2014, mas só recebeu o primeiro pagamento em janeiro deste ano. Na ocasião, foram pagos cerca de R$ 60 milhões, referentes aos trabalhos executados até novembro. Desde então, não foram feitos novos pagamentos.

O contrato total é de R$ 650 milhões e prevê remuneração mensal pelas obras. A situação é preocupante diante do prazo apertado para o início dos Jogos Olímpicos, que serão realizados em agosto de 2016.

As obras do Complexo Esportivo de Deodoro já começaram atrasadas, diante da demora no processo de licitação e era um dos pontos de maior preocupação do Comitê Olímpico Internacional (COI). A obra deveria ser entregue pela Queiroz Galvão e pela OAS em dezembro deste ano para que houvesse tempo de realizar testes nos equipamentos.

Inicialmente, a construção do complexo ficaria a cargo da União, mas as obras foram delegadas ao município. O governo federal repassou a verba do projeto para a prefeitura do Rio, que ficou encarregada de licitar e fiscalizar a construção das arenas.

A Queiroz Galvão é uma das empreiteiras envolvidas no escândalo de corrupção revelado pela Operação Lava Jato, justamente com a OAS, sua parceira no empreendimento. Ambas são acusadas de participar de um esquema de pagamento de propina a funcionários da Petrobras em troca de vantagens em licitações e contratos na estatal.

A OAS protocolou sua recuperação judicial na terça-feira (31). Com R$ 8 bilhões em dívidas, a empresa avaliou que corria o risco de quebrar sem a proteção da Justiça. A Queiroz Galvão, que toca cerca de 30 canteiros de obras no país e emprega 22 mil funcionários, tem situação financeira mais confortável e não corre o risco de ficar insolvente no momento.

Outro lado

A prefeitura do Rio afirmou que ainda não foi informada sobre as demissões. A Queiroz Galvão disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que não irá se manifestar. O comitê organizador dos Jogos Olímpicos afirmou que desconhece a paralisação.

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