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Abib Miguel (ao centro) chega para depor acompanhado de dois advogados. Diretor-geral afastado da Assembleia alegou que tem direito a só se pronunciar na Justiça | Albari Rosa/ Gazeta do Povo
Abib Miguel (ao centro) chega para depor acompanhado de dois advogados. Diretor-geral afastado da Assembleia alegou que tem direito a só se pronunciar na Justiça| Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo

Ex-diretor geral Abib Miguel fala com o Ministério Público sobre as denúncias

No dia da posse do novo diretor, estudantes e sindicalistas protestam contra o que eles chamam de roubalheira

O diretor-geral afastado da Assembleia Legislativa do Paraná, Abib Miguel, o Bibinho, prestou depoimento ontem no Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Proteção ao Patrimônio Público e à Ordem Tributária, do Ministério Público do Paraná (MP). Questionado sobre as denúncias de que teria montado uma rede de apadrinhados dentro da Assembleia para supostamente desviar dinheiro público, Abib não respondeu a nenhuma pergunta feita pelos promotores, alegando ter o direito de manter-se calado e de só responder aos questionamentos na Justiça.

Abib chegou à sala reservada aos depoimentos, na sede do Tribunal de Justiça, em Curitiba, por volta das 14h15. Ele estava acompanhado de dois advogados. Bibinho saiu meia hora depois, sem falar com a imprensa.

Bibinho foi diretor-geral da Assembleia durante mais de 20 anos. Segundo a série de reportagens "Diários Secretos", da Gazeta do Povo e da RPCTV, publicadas desde a semana passada, montou uma rede de pelo menos 20 pessoas que estão ou já passaram pelo Legislativo e que recebem ou receberam salários da Casa.

Alguns dos apadrinhados prestavam serviços particulares para o diretor-geral. Outros nem moram no Paraná. A reportagem apurou que foram feitos pelo menos 624 depósitos nas contas bancárias dos servidores que têm vínculo com o diretor-geral afastado, de janeiro de 2004 a abril de 2009, somando pelo menos R$ 11,2 milhões – uma média de R$ 18 mil cada depósito. Alguns chegaram a receber pagamentos acima de R$ 20 mil – o máximo que, por lei, um servidor da Assembleia pode receber. Além disso, ele é suspeito de ter usado "laranjas" para desviar recursos e de ser um dos mentores do pagamento de supersalários a 73 pessoas, que receberam um total de R$ 59,6 milhões em pagamentos da Assembleia.

Na semana passada, após a publicação das denúncias, Abib pediu seu afastamento da Assembleia em carta enviada ao presidente da Casa, deputado Nelson Justus (DEM) – que aceitou o pedido. No carta, Bibinho alegou inocência. "Minha trajetória pú­­blica, irrepreensível por longos anos, não pode ser maculada por especulações e sobretudo por falácias impróprias", diz ele no texto enviado a Justus.

Comissão de sindicância

A promessa da direção da Assembleia de anunciar ontem o nome dos integrantes da comissão interna de sindicância que irá apurar as denúncias da Gazeta do Povo e daa RPCTV não foi concretizada. A comissão será formada por procuradores da casa, mas Justus já prometeu acompanhar o trabalho pessoalmente.

Justus dá a entender que diário antigo estará on-line

O presidente da Assembleia Legislativa, Nelson Justus (DEM), deu a entender ontem que a Casa vai divulgar na internet, dentro de dois meses, todos os diários oficiais e não somente os que forem editados a partir da implantação da publicação on-line. Na segunda-feira, a Assembleia havia informado que colocaria na internet apenas os diários futuros.

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Dois novos diretores da Assembleia assumem cargos

Dois novos diretores da Assembleia – Eron Abboud e Willians Rolando Romanzini – assumiram ontem, respectivamente, os cargos deixados pelo diretor-geral afastado Abib Miguel e pelo ex-diretor administrativo José Ary Nassiff, que deixou o cargo na segunda-feira.

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