
Manter a estrutura e os funcionários dos atuais 39 ministérios do governo Dilma Rousseff (PT) custa pelo menos R$ 58,4 bilhões por ano aos cofres públicos. Essa verba, que está prevista no Orçamento Geral da União de 2013 para o custeio da máquina em Brasília, é mais que o dobro da que foi destinada ao maior programa social do governo, o Bolsa Família, que custará R$ 24,9 bilhões este ano.
No total, o orçamento para custeio de toda essa engrenagem chega a R$ 377,6 bilhões, quando são incluídos, por exemplo, órgãos técnicos, empresas públicas, universidades, escolas e institutos técnicos federais. O valor representa mais do que o Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços, de países como Peru, Nova Zelândia ou Marrocos.
O número de pastas do governo federal nem sequer cabe na Esplanada dos Ministérios, desenhada por Oscar Niemeyer e Lúcio Costa com 19 edifícios. Muitos deles abrigam mais de um ministério. Mas, ainda assim, falta espaço e o governo aluga outros prédios.
A maior despesa no bolo federal é justamente com os salários dos funcionários, tanto os de Brasília quanto os espalhados país afora: o Executivo federal fechou a folha de pagamentos de 2012 em R$ 156,8 bilhões. O número de ministérios passou de 24, em 2002, para 39 este ano. A quantidade de servidores ativos e aposentados também cresceu: passou de quase 810 mil em 2002, para 984 mil no fim de 2011, segundo dados do próprio governo.
A título de comparação, a verba total destinada a investimentos do governo federal, prevista no orçamento deste ano, é de R$ 110,6 bilhões. Para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), menina dos olhos da presidente, estão previstos R$ 75 bilhões em 2013.
Inchaço
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deixou 24 pastas no fim de seu mandato, em 2002. Lula inchou a máquina e deixou 37 pastas, incluindo secretarias que até então eram vinculadas a outros ministérios, como Direitos Humanos, Portos e Pesca, e que, sob a gestão petista, ganharam estrutura própria. O petista também deu ao presidente do Banco Central o status de ministro. A presidente Dilma Rousseff criou, então, os ministérios de Aviação Civil e de Micro e Pequena Empresa, atingindo a marca recorde de 39 pastas.
O empresário Jorge Gerdau Johanpeter, presidente da Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade criada pela presidente Dilma justamente para propor modos de aperfeiçoar os serviços públicos, com redução de gastos , é um dos maiores críticos da estrutura gigante do governo federal. Em recente entrevista ao portal UOL, Gerdau chamou de "burrice e irresponsabilidade" a criação de novos ministérios. Para ele, o governo funcionaria a contento com "meia dúzia" de pastas.



