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O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou, na manhã desta terça-feira (6), uma operação para buscar provas contra vereadores suspeitos de corrupção em Cascavel, no Oeste do Paraná. As buscas, que resultaram na apreensão de documentos e armas, foram feitas por integrantes dos Gaecos de Cascavel, Guarapuava, Londrina, Maringá e Foz do Iguaçu.

Vereadores de Cascavel são suspeitos de empregarem funcionários fantasmas e de ficarem com parte dos salários dos servidores. A denúncia partiu de ex-servidores, mas o caso já era investigado pelo promotor de Justiça Gustavo Henrique Rocha de Macedo. No mês passado, a direção da Câmara exonerou todos os 142 servidores que ocupam cargos em comissão, após as denúncias. Parte deles já foi recontratada.

De acordo com o capitão Adauto Giraldes Almeida, do Gaeco, foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão – três em residências de vereadores e os demais, em casas de assessores. Os policiais recolheram vários documentos, principalmente holerites e cartões de contas bancárias.

Um dos cartões apreendidos está em nome Nicolas Arend, que aparecia entre os nomeados no gabinete do vereador Mario Seibert. Arend informou recentemente que nunca trabalhou na Câmara, mas que cedeu seus documentos ao pai de sua namorada, o vice-presidente do PTC, Juarez Damo, que teria repassado os documentos a Seibert.

Durante as buscas, a polícia encontrou na casa que seria do vereador Airton Camargo (PR) três armas de fogo. O Gaeco informou que ele precisará apresentar a documentação do armamento. Os policiais também recolheram documentos na casa do vereador Julio Cesar Leme da Silva (PMDB).

A reportagem não conseguiu contato com os três vereadores. Eles também não compareceram a sessão ordinária da Câmara na tarde desta terça. Camargo e Leme da Silva enviaram ofício à direção do Legislativo informando que estariam ausentes "por motivos particulares". Já o vereador Mário Seibert não apareceu no plenário e seu gabinete estava fechado.

Delação premiada

Segundo o Gaeco, outras ações podem ser deflagradas a partir da análise dos documentos e depoimento de assessores. Alguns servidores já aceitaram a delação premiada – benefício legal concedido a suspeitos de envolvimento em crimes em troca de colaboração nas investigações.

O capitão Adauto Giraldes Almeida, do Gaeco diz, que a participação da população nas denúncias que resultaram na operação foi fundamental. "O servidor público, como nós, tem obrigação de servir a população de forma legal e eficiente".

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