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O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) cumpriu na manhã desta quinta-feira (20) mandados de busca e apreensão em quatro secretarias da prefeitura de Cascavel, além do departamento de compras, para investigar possíveis irregularidades na contratação de maquinários que prestam serviço para a prefeitura, principalmente em estradas rurais.

Foram cumpridos pelo menos nove mandados judiciais em Cascavel, Medianeira e São Miguel do Iguaçu. As duas outras cidades são sedes das empresas que venceram licitações para prestar serviços de manutenção da malha viária rural e urbana.

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De acordo com a promotora Juliana Stofela, coordenadora da Gaeco em Cascavel, a operação é resultado de duas frentes de investigação. Em uma delas, a investigação iniciou com o vereador Celso Dal Molin (PR) que apurou pagamentos feitos pelo município por horas-máquina que não foram trabalhadas. O Gaeco está fazendo levantamentos para analisar a consistência das denúncias.

A outra investigação é referente à contratação de uma empresa que faz a conservação da malha viária urbana. Essa empresa, que não teve o nome revelado, é investigada pelo Gaeco desde o início do ano.

Segundo a promotora, a empresa vencedora de várias licitações seria ligada a um servidor do município. “Inclusive ele estaria usando a estrutura do município para a conservação dos seus maquinários”, diz a promotora.

De acordo com ela, há indícios de “desvio de bens” já que eram usados peças e óleos comprado pela prefeitura para fazer a reposição nos equipamentos do servidor. “[o servidor tinha] Envolvimento de comando, possivelmente de participação de sociedade mesmo”, relata Juliana.

O Gaeco não revelou o nome do servidor, mas a única residência alvo da operação foi a de Ivan Serafim Borges, assessor ligado diretamente ao prefeito Edgar Bueno (PDT). Em Cascavel, ele é conhecido como “Sombra”, por estar sempre ao lado do prefeito, numa espécie de guarda-costas.

Em nota, o secretário de Assuntos Jurídicos da prefeitura, Rodrigo Tesser, informou que as equipes do Gaeco foram atendidas na solicitação de acesso à documentação referente aos certames licitatórios sobre prestação de serviços de locação de horas máquinas e que Município continuará colaborando com a Justiça, sempre que solicitado.

O vereador Celso Dal Molin disse que entregou 500 páginas de investigação ao Gaeco. “Até onde eu pude ir, até onde eu pude investigar, pois é a função do vereador investigar o Executivo, eu fui. Quando fiquei limitado porque não tinha mais como ir em frente, eu fui até o Gaeco e pedi ajuda para continuar as investigações. A minha parte como vereador, eleito para fiscalizar, eu cumpri”, afirmou o vereador.

O caso também é investigado por uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara de Vereadores.

Assessor do prefeito pede exoneração

O servidor Ivan Serafim Borges, que assessorava o prefeito de Cascavel Edgar Bueno (PDT), pediu exoneração do cargo no início da tarde desta quinta-feira (20) após uma operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) que teve como um dos alvos a casa dele.

Borges, conhecido como Sombra, é suspeito de ter participação em uma empresa vencedora de várias licitações realizadas pela prefeitura de Cascavel. A empresa é responsável pela conservação da malha viária na cidade.

Borges negou que tenha participação na empresa e diz que sua atuação na prefeitura é acompanhar trabalhos de execução de obras. Ele afirmou que nunca foi chamado para depor e diz não entender os motivos da operação que aconteceu também na prefeitura. “Acho que neste momento eu tenho que me afastar da prefeitura para não atrapalhar as investigações”, afirmou.

O servidor foi conduzido até a delegacia para dar explicações sobre um colete balístico apreendido em sua casa. Segundo ele, o colete é para sua segurança pessoal e ele possui há dez anos. Ele afirmou também que ainda nesta quinta-feira fará contato com uma advogada para defendê-lo das acusações.

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