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Ontem, Youssef foi transformado em réu em outro processo | Arquivo/ Jornal de Londrina
Ontem, Youssef foi transformado em réu em outro processo| Foto: Arquivo/ Jornal de Londrina

Suspeita

Padilha teria indicado executivo do Labogen

Agência Estado

A Operação Lava Jato da Polícia Federal sugere que o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, indicou um executivo para o Labogen – controlado pelo doleiro AlbertoYoussef – quando o laboratório tentava obter contrato milionário da pasta em 2013. O contrato não chegou a ser assinado. Um relatório da PF baseado no monitoramento de mensagens trocadas entre Youssef e o deputado federal André Vargas (PT-PR) tem referências ao laboratório e ao ex-ministro. No dia 26 de novembro de 2013, Vargas diz que falou com "PAD", que seria Padilha. "Ele vai marcar uma agenda comigo", diz Vargas. Seu interlocutor responde: "ótimo". Em diálogo de 27 de novembro de 2013, segundo o relatório da PF, Youssef foi avisado por André Vargas que "achou o executivo com experiência que seria colocado à frente da Labogen, um nome que não despertasse suspeitas com relação aos contratos da pasta". No dia seguinte, o deputado petista diz ao doleiro amigo que foi Padilha quem indicou o profissional. A assessoria de imprensa de Padilha divulgou nota repudiando qualquer relação com Youssef. "O ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha repudia o envolvimento do seu nome e esclarece que não indicou nenhuma pessoa para a Labogen", afirma o texto.

A Justiça Federal aceitou ontem mais três denúncias referentes à Operação Lava Jato, que investiga a atuação de grandes doleiros no mercado de câmbio. No total, 18 pessoas agora são réus nos quatro processos aceitos pelo juiz Sérgio Moro, da 13.ª Vara da Justiça Federal em Curitiba (confira quem são os acusados no infográfico abaixo). Na quarta-feira, Moro já havia aceitado a primeira denúncia, centrada no doleiro Alberto Youssef, que utilizaria empresas de fachada para realizar operações ilícitas de câmbio.

INFOGRÁFICO: Veja quem são os réus

Ontem, o doleiro foi transformado em réu em outro processo, que apura movimentação ilegal de recursos obtidos por meio de tráfico de drogas. Em outro processo, o juiz fixou uma fiança de R$ 7,2 milhões para o réu Raul Henrique Srour, tido com líder de um grupo que realizava uma série de operações financeiras ilegais utilizando uma casa de câmbio.

Os seis procuradores que integram a força-tarefa criada pelo Ministério Público Federal (MPF) para atuar no caso devem formular novas acusações na próxima semana. Um dos alvos pode ser o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. No inquérito, conduzido pela Polícia Federal (PF), afirma-se que Costa utilizou de sua influência para cobrar propina de empresas fornecedoras da estatal. Segundo a PF, os acusados no processo movimentaram cerca de R$ 10 bilhões de forma irregular.

Defesa

O advogado Haroldo Cesar Nater, que defende Esdra Arantes Ferreira, Leandro Meirelles, Leonardo Meirelles e Pedro Argese Júnior, afirmou que apenas um de seus clientes (Esdra) foi intimado pela Justiça até o fim da tarde de ontem. "Vamos estudar a denúncia com calma e refutar as alegações feitas aos meus clientes." O mesmo argumento foi usado por Sérgio de Paula Emerenciano, advogado de Renê Luiz Pereira. "Já entramos com pedido de habeas corpus, que deve ser julgado nos próximos dias."

Já o advogado Rodrigo Sanchez Rios, representante de Raul Henrique Srour, Rodrigo Henrique Gomes de Oliveira Srour, Rafael Henrique Srour, Valmir José de Franca, Maria Lúcia Ramires Cardena e Maria Josilene da Costa, afirmou que vai apresentar provas para esclarecer os fatos sobre as acusações envolvendo crimes contra o sistema financeiro feitas a seus clientes.

Raul Henrique Srour também é investigado por lavagem de dinheiro. O advogado disse que questionará na Justiça o valor de sua fiança.

O advogado Luiz Carlos Soares da Silva Junior defendeu seu cliente Carlos Alexandre de Souza Rocha: "Vamos discutir em juízo, entendemos que é prematuro condenar." O advogado de Youssef, Antônio Figueiredo Basto, tem dito que seu cliente é inocente, mas que vai permanecer em silêncio durante o processo. A defesa de Carlos Alberto Pereira da Costa não quis comentar o caso. A reportagem não conseguiu localizar os advogados de André Catao Miranda, Carlos Habib Chater, Maria de Fátima da Silva, Raphael Flores Rodriguez e Sleiman Nassim El Kobrossy.

Colaboraram: Amanda Audi e Lucas de Vitta, especial para a Gazeta do Povo.

Clique aqui e confira o infográfico em tamanho maior

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