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Ex-presidente Lula negou assumir a Casa Civil. | Ricardo Stuckert/ Instituto Lula/Fotos Públicas
Ex-presidente Lula negou assumir a Casa Civil.| Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula/Fotos Públicas

O ex-presidente Lula estava reunido com lideranças do PT nesta quinta-feira (10), em São Paulo, quando foi informado do pedido de prisão preventiva feito pelo Ministério Público.

No calor da notícia, os participantes da reunião reagiram dizendo que Lula teria que aceitar o convite da presidente Dilma Rousseff para ocupar a pasta da Casa Civil, imediatamente. Mas depois que os ânimos serenaram, a avaliação e resposta taxativa de Lula foi de que ele não deveria aceitar ser ministro, pois não poderia fugir da polícia.

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“Isso seria jogar a biografia dele no lixo”, comentou um interlocutor do Planalto na noite desta quinta-feira.

Antes do pedido de prisão, o entorno de Lula e ele próprio, avaliaram a possibilidade de esperar as manifestações do próximo domingo para tomar uma decisão de ir ou não para o ministério.

Se as manifestações fossem gigantescas pró-impeachment, Lula iria para o Planalto para coordenar uma ação para salvar o governo. Mas a partir do pedido de prisão, Lula decidiu que não valeria a pena o desgaste nem para ele nem para a presidente Dilma.

“Lula não pode fugir da polícia nesse momento”, disse o interlocutor palaciano.

Segundo o líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE), que estava com o ex-presidente na reunião, Lula reagiu com “total tranquilidade”. Lula havia acabado de falar sobre a conjuntura econômica, quando o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto, disse que tinha uma notícia a dar e informou sobre o pedido de prisão.

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Antes da divulgação do pedido de prisão, integrantes do governo disseram não haver preocupação com a tese de que Lula ser nomeado ministro significa uma fuga do ex-presidente das investigações da Lava Jato.

O governo também rechaça que Dilma viraria uma “rainha da Inglaterra”, isto é, nega que ela passaria as rédeas do governo a Lula. Esse seria o “menor dos problemas”, segundo um interlocutor de Dilma.

A avaliação no Planalto é que Lula já sofreu um “ataque frontal” ao ser conduzido coercitivamente pela Polícia Federal na última sexta e conseguiu, se não reverter, dividir a opinião pública sobre a necessidade ser levado à força pelos agentes.

Os governistas apostam que, uma vez ministro, Lula terá a mesma habilidade para explicar as razões que o fizeram a aceitar o cargo. Uma delas: a denúncia do Ministério Público de São Paulo, ontem, com um procurador à frente que já antecipou seu juízo sobre a responsabilidade do ex-presidente no caso do Tríplex. O Palácio entende que Lula sabe sair de situações adversas.

“O ataque já é frontal, e Lula estaria se protegendo de uma arbitrariedade. Haverá essa crítica de que está buscando foro privilegiado, mas em pouco tempo ele é capaz de mostrar que foi a única saída para se proteger da perseguição que sofre”, disse o interlocutor.

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