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A ex-senadora Marina Silva disse na manhã deste sábado (15) que os governos são "despreparados" para lidar com manifestos como os que dominaram a capital paulista na última semana, contra o aumento da tarifa do ônibus.

Ela afirmou ainda que o Estado precisa estar apto a receber os atos "sem gana repressora" e condenou a ação da polícia no último protesto em São Paulo.

"É óbvio que é fundamental que esses movimentos sejam marcados claramente por uma cultura de paz, e que o Estado se prepare para os receber sem essa gana repressora, como aconteceu na manifestação recente aqui de São Paulo", disse Marina, após ser questionada sobre o assunto.

"As manifestações são legítimas, e o que eu insisto é que elas precisam marcar a cultura de paz. Acho que há um despreparo para lidar com esses novos movimentos. Eles não têm um centro, um comando. Antes tinha o sindicato ou a organização estudantil que estava à frente do processo. Esses movimentos agora são autorais, horizontalizados, não há um líder. A resposta tem que ser para o conjunto", afirmou.

A ex-senadora disse ainda que é um equívoco classificar manifestações como as que ocorreram em São Paulo com base apenas na "bandeira em si". "Tem que se olhar o conjunto no mundo. Na Turquia, por exemplo, os protestos começaram por causa de árvores que seriam podadas em uma praça e, depois, virou outra coisa", avaliou.

"Há uma insatisfação com essa situação de impotência para transformar as coisas que precisam ser transformadas. As pessoas estão nos dizendo isso e é preciso entender que não se trata da bandeira em si que está sendo colocada. Há uma demanda em estado de latência, que é o desejo da sociedade de participar, de se sentir potente para transformar o que precisa ser transformado."

Marina deu as declarações após participar de ato em que celebrou a coleta de 500 mil assinaturas para a criação de seu partido, a Rede Sustentabilidade. São necessárias 490 mil para fazer o registro na Justiça eleitoral, mas trabalho de coleta de apoiamentos vai continuar, pois, segundo ela, cerca de 30% das assinaturas coletadas são descartadas nos cartórios por apresentarem falhas.

A Rede Sustentabilidade planeja conseguir mais 300 mil assinaturas até o dia 7 de julho.

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