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Não é de hoje que alianças entre partidos políticos são formadas para turbinar tempo de televisão de candidato. Mas, no pleito de outubro próximo, com o tempo de TV mais escasso, as coligações aparentemente ganharam um peso ainda maior nas negociações entre as siglas.

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Consequência da aprovação da Lei 13.165 pelo Congresso Nacional, no final do ano passado, o período de propaganda eleitoral no rádio e na televisão perdeu dez dias. O bloco diário reservado aos candidatos também ficou menor: os 30 minutos foram substituídos por dez. Em compensação, os blocos serão utilizados somente por candidatos a prefeito e vice, de segunda-feira a sábado, sem espaço aos postulantes a uma cadeira de vereador, que ficarão apenas com parte das inserções de até 60 segundos que entram ao longo da grade de programação.

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A distribuição do tempo entre os candidatos, contudo, continua sendo feita com base no número de representantes que os partidos políticos têm na Câmara dos Deputados. Quanto mais representantes em Brasília, mais tempo no rádio e na TV.

O professor Fernando Guarnieri, do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp), da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), afirma que, embora os partidos aparentemente ainda estejam procurando o maior número de alianças, a exclusão das empresas entre os financiadores das campanhas eleitorais, outra novidade da eleição de 2016, não pode ser ignorada na negociação. “Uma aliança grande, com mais tempo de tevê, também exigirá mais dinheiro, mais recursos para ocupar aquele espaço. E esta é uma eleição onde os políticos ainda não sabem como vão arranjar dinheiro”, explica o professor.

Para Guarnieri, outra incógnita relacionada ao tempo de TV tem relação com a qualidade do debate eleitoral. “A gente ainda não sabe o que é um tempo ideal de campanha eleitoral, quanto tempo o eleitor precisa para definir seu voto. Nos Estados Unidos, o debate público começa com meses de antecedência, por exemplo”, comenta ele.

Já para Paulo Cunha, especialista em comunicação e marketing político da Universidade de Brasília (UnB), a redução do tempo de TV não significa uma maior superficialidade. “Eu acho que, em uma campanha curta, o conteúdo vai ter que aparecer logo. Quanto menor a campanha, mais eu tenho que dizer logo a que vim. Hoje, as longas campanhas são aquelas grandes produções, música e rostos sorridentes. Agora, a mensagem tem que ser mais objetiva, consistente”, opina ele.

Para Cunha, contudo, candidatos acostumados a grandes produções ainda não estão preparados para a mudança. “Tem candidato que sempre fez uma campanha modesta. Mas tem gente que não, que está visivelmente desconfortável. Haverá uma demanda maior por criatividade. Ninguém sabe como eles vão se sair”, comenta o especialista.

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