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O mercado financeiro avalia que a saída do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, não causará mudanças significativas na política econômica do governo. E, por mais que o dólar, a bolsa e o risco-brasil tenham refletido nesta tarde de segunda-feira as incertezas quanto à permanência do ministro, a maior parte dos analistas não acredita em turbulências prolongadas por conta de seu afastamento. A mudança no ministério, segundo o jargão do mercado, já estava "precificada".

- A volatilidade terá vida curta - prevê o economista-chefe do Banco Itaú, Tomas Malaga.

A economista-chefe do BES Investimento, Sandra Utsumi, diz que ninguém acredita em mudanças na política econômica após três anos de sacrifício.

- Seria um tiro no pé - define.

Carlos Thadeu de Freitas, economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC) e ex-diretor do Banco Central, também descarta alterações.

- Hoje, a economia brasileira está em uma espécie de piloto-automático. Nada pode mudar, porque existem três pilares muito consolidados, que são: as metas inflacionárias, a Lei de Responsabilidade Fiscal e o regime de câmbio flutuante. O Brasil está muito parecido com os países desenvolvidos em termos de regras. De certa maneira, os ministros estão de mãos atadas e têm que seguir políticas estabelecidas - comenta.

Uma saída de Palocci também não deve alterar a avaliação das agências de rating em relação ao Brasil.

- Temos uma visão mais ampla do governo e o rating não pode depender de uma pessoa só. Neste caso o ministro Antonio Palocci representa uma política fiscal prudente e temos a expectativa de essa é a visão do governo - disse a analista de rating soberano da Standard & Poor´s Lisa Schineller, que participou de seminário promovido pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef), em São Paulo.

- O sinal do governo de que a política de prudência (fiscal) será mantida é o mais importante - acrescentou.

Para a presidente da S&P no Brasil, Regina Nunes, o compromisso do governo de manter o controle fiscal e melhorar as condições institucionais do país é algo claro e deve preservar a economia das atuais turbulências no campo político. O maior problema decorrente da atual fase de turbulências políticas, em sua avaliação, é a demora na aprovação do Orçamento de 2006 pelo Congresso Nacional.

- O orçamento não estar aprovado ainda, quase em abril, sim é um problema que a crise política tem gerado para o bom funcionamento da economia - disse a executiva.

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