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Telhas de amianto era oferecidas aos eleitores em troca do voto. | Gazeta do Povo/Arquivo
Telhas de amianto era oferecidas aos eleitores em troca do voto.| Foto: Gazeta do Povo/Arquivo

O Ministério Público Eleitoral (MPE) deflagrou na manhã desta terça-feira (8) a Operação Amianto, que investiga crime de compra de votos no município de Saudade do Iguaçu, no Sudoeste do Paraná. Estão sendo cumpridos 21 mandados de busca e apreensão e oito mandados de condução coercitiva de eleitores que teriam sido beneficiados ao receber telhas de amianto em troca de seus votos na eleição municipal deste ano.

Os alvos da operação são o prefeito do município, Mauro César Cenci; a secretária de Assistência Social Salete Rizzatti Trento; o diretor de Urbanismo Jucilmar Marangon; e cinco vereadores – Sueli Civa Bochio (Neca), Setembrino Nath (Bino), Josemar Antonio Cemin, Eguinaldo Paulo Piaia e Neidelar Vicente Bocalon (Nei) – além de ex-vereadores e servidores públicos. Os eleitores poderão responder pelo crime de corrupção eleitoral.

O prefeito Mauro Cenci (PV) foi eleito com 58,9% dos votos. Ele fez parte da coligação União por Saudade do Iguaçu, que incluiu ainda PP, PMDB, PSL, PTC, PR, PSDB, SD, PSD, PTB e PSC.

Onze pedidos de prisão foram feitos, mas ainda devem ser apreciados pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR). Duas pessoas foram presas em flagrante por porte ilegal de arma de fogo durante a operação. Foram apreendidas duas espingardas calibre 12 e 32.

A operação desta terça inclui buscas e apreensão na sede da prefeitura, da Câmara de Vereadores e na casa de investigados. Também são investigados os ex-candidatos a vereador Idiomas da Silva Perico (Edi Perico) e João Rodolfo da Costa, e os servidores municipais Fabiane Gricoletto Martimianos e Idacir José Bochio.

Represália

O nome da operação faz uma alusão a telhas de amianto, que eram oferecidas aos eleitores em troca de votos. Os investigados, segundo as autoridades, prometiam a inclusão em programas sociais para garantir votos para o prefeito e vereadores. Foram prometidas ainda reformas nas casas de eleitores em vários bairros, como Harmonia, Nova Vida, Loteamento Mendes e comunidade de Linha Urutu. Em represália aos que não votaram no grupo, foram cortados benefícios sociais depois das eleições, como cestas básicas.

O procurador regional eleitoral Alessandro José Fernandes de Oliveira afirmou, por meio de nota, que o coronelismo continua vigente em pleno século 21. “Foi modernizado, aparelhado por novos expedientes escusos, mas mantendo a sua essência de abuso de poder”, disse ele.

Penas

Os envolvidos podem responder por crimes de associação criminosa (artigo 288 do Código Penal) e corrupção eleitoral ou compra de votos. A corrupção eleitoral é prevista no artigo 299 do Código Eleitoral e consiste em “dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita”.

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