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O Ministério Público Federal (MPF) denunciou nesta quarta-feira (29) o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, o empresário Julio Camargo e outras três pessoas pelos crimes de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro: a advogada Christina Maria da Silva Jorge e os empresários João Antônio Bernardi Filho e Antônio Carlos Briganti.

Segundo o MPF, houve favorecimento à empresa italiana Saipem na contratação de obras da Petrobras. O ex-diretor Renato Duque é acusado de receber propina – em dinheiro e obras de arte – para favorecer os italianos. João Bernardi era representante comercial da Saipem do Brasil, subsidiária da empresa italiana Saipem S/A. Ele teria oferecido vantagem indevida para Duque para assegurar que a estatal contratasse a empresa italiana para a realização das obras de instalação do gasoduto submarino de interligação dos campos de petróleo Lula e Cernambi.

Segundo os procuradores, os acusados realizavam transações bancárias nas contas da Hayley/SA, offshore uruguaia que mantinha contas na Suíça e que, posteriormente, remetia os valores como simulação de investimentos na sua subsidiária Hayley do Brasil. Por fim, a Hayley do Brasil adquiria obras de arte em seu nome, mas as entregava a Duque como parte da propina.

Entre as provas do crime de corrupção, o MPF aponta o roubo de R$ 100 mil sofrido por João Bernardi quando se dirigia à sede da Petrobras para realizar um pagamento a Duque. Além disso, os procuradores apontam depósitos de US$ 1 milhão em favor de Duque nas contas da Hayley na Suíça, controlada por Bernardi.

Por fim, Duque teria recebido de Bernardi R$ 577,4 mil, com o auxílio de Christina Jorge e Antônio Briganti, através de 13 obras de arte. A compra foi registrada em nome de Bernardi e da Hayley do Brasil mas quem dispunha de fato das obras era Duque.

O advogado de Duque não foi localizado para comentar a denúncia. O advogado de Julio Camargo, Antônio Figueiredo Basto, disse que ainda não teve acesso à denúncia e não quis comentar o caso. Os demais defensores não foram localizados pela reportagem.

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