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Temer: pronunciamento à nação está agendado para o Sete de Setembro, Dia da Independência. | José Cruz/Agência Brasil
Temer: pronunciamento à nação está agendado para o Sete de Setembro, Dia da Independência.| Foto: José Cruz/Agência Brasil

O presidente interino Michel Temer (PMDB) já prepara o pós-impeachment, para o caso de se tornar efetivo, tentando melhorar sua imagem perante a opinião pública. Vai convocar cadeia nacional de rádio e televisão No Dia da Independência para dizer que herdou uma “herança maldita” de Dilma Rousseff (PT) e para passar uma mensagem de otimismo. Em outra frente, vai enviar nas próximas semanas ao Congresso um projeto de lei para criar um novo programa habitacional para substituir o Minha Casa Minha Vida – uma das marcas da gestão petista na Presidência.

Os temas e o formato do primeiro pronunciamento que Temer estuda fazer foram acertados em reunião com o marqueteiro do PMDB, Elsinho Mouco, e com o cientista político e amigo do peemedebista Gaudêncio Torquato. Em cadeia nacional de rádio e TV, Temer usará o pronunciamento do Sete de Setembro para projetar as ações do governo. Apesar de citar a “herança” com dificuldades econômicas que recebeu do governo da petista, a ideia é que a mensagem seja focada mais em futuro do que em passado. “Não será um balanço, e sim uma mensagem de otimismo e esperança”, diz Torquato.

Mouco afirmou que a mensagem terá também um pouco do que foi feito nos 100 dias de governo de Temer. “É a primeira vez que ele vai falar com todos os brasileiros, ele vai destacar o aumento de 12,5% no Bolsa Família, mostrar que o governo continua entregando imóveis no Minha Casa Minha Vida”, disse o marqueteiro.

Reformas

O foco principal da fala de Temer será a economia e a defesa de reformas estruturais. A ideia é tentar explicar para a população temas considerados fundamentais, como a reforma da Previdência e a trabalhista. Para depois do impeachment, o Planalto quer reforçar a ideia de que trabalha para a retomada da criação de empregos.

Temer vai também lembrar dos Jogos Olímpicos no Brasil para tentar mostrar que o país “pode dar certo”. “Ele vai mostrar que temos a capacidade de fazer bem feito, que a Olimpíada resgatou a autoestima dos brasileiros”, afirmou Mouco.

Segundo Torquato, que é amigo de Temer há mais de 30 anos e uma espécie de consultor do peemedebista, apesar de existir a intenção de “apresentar” o presidente à população, não haverá guinada no “estilo”. “Claro que ele vai ter uma linguagem mais compreensível, mas vai manter o seu estilo, é um constitucionalista, advogado. Não vai fazer populismo”, afirmou.

O marqueteiro do PMDB disse que Temer “será exatamente como ele é”. “Diferentemente do Lula que era um cara de camiseta e gibi na mão, ele vai se apresentar com terno e gravata e a Constituição.”

Viagem

A gravação da mensagem ainda será agendada e deve ocorrer apenas após o encerramento do impeachment. O formato, entretanto, tem de ser finalizado, já que Temer terá pouco tempo para gravar o pronunciamento antes de viajar para a China, onde participará da reunião do G-20, nos dias 4 e 5 de setembro. Existe ainda a possibilidade de Temer falar antes da viagem. Alguns interlocutores defendem que ele se manifeste de alguma forma logo após a decisão do impeachment.

Novo programa habitacional

O governo Temer pretende enviar ao Congresso nas próximas semanas – depois do desfecho do impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff – um projeto de lei, em que cria um programa habitacional para a baixa renda para imprimir a sua marca. A ideia é criar um contraponto ao Minha Casa Minha Vida, da gestão petista. A proposta institui o “Cartão Reforma”, com limite de crédito de R$ 5 mil para famílias com renda de até R$ 1.800, destinado à compra de material de construção. Os recursos serão a fundo perdido e virão do orçamento da União.

Em época de aperto orçamentário, o Ministério das Cidades discute com a equipe econômica a liberação de R$ 500 milhões para a nova linha de crédito. A verba que será incluída na proposta orçamentária de 2017, a ser enviada ao Congresso até o fim deste mês. Segundo técnicos do governo, a expectativa é que o projeto somente seja aprovado em meados do próximo ano — quando o programa começará a rodar. A meta é atender um milhão de famílias em dois anos.

A Caixa Econômica Federal deve ser a administradora do Cartão Reforma, via convênios com lojas de material de construção. O programa será executado em parceria com governadores e prefeitos que vão escolher uma determinada localidade (um bairro, por exemplo), em que as casas a serem reformadas serão cadastradas e monitoradas.

A faixa de renda das famílias que serão contempladas com o novo programa é a mesma faixa 1 do Minha Casa Minha Vida – que tem cerca de 50 mil obras paradas no país por falta de recursos.

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