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Por meio de nota, o PSDB do Paraná disse não reconhecer a despesa relatada por Souza | Dirceu Portugal/
Gazeta do Povo
Por meio de nota, o PSDB do Paraná disse não reconhecer a despesa relatada por Souza| Foto: Dirceu Portugal/ Gazeta do Povo

Investigado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) na Operação Publicano, o auditor fiscal preso Luiz Antônio de Souza pagou do próprio bolso pelas divisórias do comitê londrinense de campanha à reeleição do governador Beto Richa (PSDB). O estabelecimento ficava perto do Terminal Urbano, na região central da cidade, no ano passado.

A Operação Publicano investiga um esquema existente dentro da Receita Estadual que favorecia a sonegação de impostos dos grandes devedores em troca propina. Souza assinou um acordo de delação premiada com o Ministério Público (MP). Ele disse que foram arrecadados R$ 2 milhões em propina somente para a campanha de Richa à reeleição.

Numa busca feita na prestação de contas da reeleição de Richa, a reportagem constatou que não há doação oficial de Souza. O estabelecimento comercial também não aparece como doador ou fornecedor de campanha.

Com relação às divisórias do comitê em Londrina, o advogado de Souza, Eduardo Duarte Ferreira, relatou que o custo foi de R$ 15 mil a R$ 25 mil e que o material foi comprado em mais de uma loja. Em nota, o PSDB do Paraná afirmou que “não reconhece a veracidade da despesa alegada”.

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O JL e a RPC tiveram acesso a uma nota fiscal, no valor de R$ 5.785, da empresa Gmad Complond Suplementos para Móveis, de 29 de julho do ano passado. De acordo com o documento, o local de entrega do compensado usado nas divisórias foi o comitê de Richa.

A nota está em nome de Souza e é uma comprovação do que ele disse a respeito desse episódio ao MP no acordo de delação premiada. O advogado da empresa, Vinícius Borba, confirmou a autenticidade do documento e informou que a compra foi paga parte em dinheiro e parte com cartão de débito.

Mais compras

A nota está em nome de Souza e é uma comprovação do que ele disse a respeito desse episódio ao MP no acordo de delação premiada

De acordo Duarte Ferreira, advogado de Souza, essa foi uma das compras feitas, já que, pela quantidade do material necessário, foi preciso buscar o restante em outro estabelecimento. Com base no depoimento do cliente, ele acrescentou que o pedido pela compra foi feito por um coordenador local da campanha à reeleição de Richa. “Ele [Souza] explicou que foi procurado no curso da campanha eleitoral. O imóvel é muito grande e precisava ser dividido.”

Outro lado

A reportagem não localizou Vítor Hugo Dantas, que foi um dos coordenadores locais da campanha de Richa e que hoje é responsável pela Região Metropolitana de Londrina (Comel). Na sede da Comel, funcionários informaram ontem que ele estaria em uma reunião em Porecatu. Nas duas primeiras tentativas de contato pelo telefone celular, a ligação foi atendida por um assessor, segundo quem Dantas estaria em uma reunião. Na terceira tentativa, o telefone não foi atendido.

Por meio de nota, o PSDB do Paraná disse não reconhecer a despesa relatada por Souza. “A coordenação da campanha eleitoral do PSDB não encomendou o referido material, não autorizou e nem recebeu qualquer nota fiscal referente ao alegado serviço. Todos os serviços contratados em 2014 pela coligação Todos Pelo Paraná e suas correspondentes notas fiscais foram apresentados no relatório de prestação de contas aprovado pela Justiça Eleitoral”.

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