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Ex-gerente da Petrobras entregou documentos  mostrando os depósitos. | Fernando Bizerra Jr./EFE
Ex-gerente da Petrobras entregou documentos mostrando os depósitos.| Foto: Fernando Bizerra Jr./EFE

O ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, que fez acordo de delação premiada com a Justiça do Paraná, entregou documentos ao Ministério Público Federal (MPF) mostrando que a Constructora Internacional Del Sur, controlada pela empreiteira Norberto Odebrecht, com sede no Panamá, fez depósitos de US$ 916.697 (aproximadamente R$ 2,7 milhões) na conta de uma off-shore de sua propriedade, a Pexo Corporation, também no Panamá, por conta de pagamentos de propinas no esquema de corrupção da Petrobras.

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Os depósitos da Del Sur em seu nome no exterior foram feitos em 2009, quando ele ainda era gerente da Petrobras responsável por grandes obras da estatal e recebia propinas por conta do cartel montado pelas empreiteiras para fraudar as licitações da empresa. A Pexo Coporation, segundo Barusco, foi aberta em 2008 para receber as propinas da Odebrecht no exterior.

A construtora Del Sur também foi usada pela Odebrecht para fazer pagamento de propinas ao doleiro Alberto Youssef. Em depoimento ao juiz Sérgio Moro anteontem, Youssef disse que recebeu “umas duas ou três vezes” depósitos da Del Sur no exterior para o recebimento de propinas usadas por ele para pagar políticos do PP, do diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e também para pagamentos ao Partido dos Trabalhadores (PT).

Youssef disse que essas operações no exterior pela Del Sur foram acertadas com os executivos da Odebrecht Márcio Farias e César Rocha, diretor financeiro da holding.

A Pexo Corporation recebeu pelo menos dez depósitos da Del Sur em 2009, um deles no dia 22 de junho desse ano, no valor de US 203,6 mil. Todas as cópias desses depósitos foram entregues por Barusco à Justiça do Paraná que investiga a Operação Lava-Jato, conforme publicou o jornal “O Estado de S. Paulo” em seu site nesta quarta-feira.

Além de Barusco, também os ex-diretores da Petrobras, Paulo Roberto Costa (Abastecimento), e Renato Duque (Serviços e Engenharia) receberam da Odebrecht no exterior, inclusive por meio da Del Sur. Ao bloquear a conta de Renato Duque no Principado de Mônaco, com 20 milhões de Euros (aproximadamente R$ 60 milhões), a Justiça daquele país identificou depósitos da Del Sur no valor de US$ 875 mil (R$ 2,6 milhões) em sua conta registrada em nome da empresa Milzart Overseas Holdings Inc, também do Panamá, em duas parcelas: uma de US$ 290 mil em 17 de novembro e outra de US$ 584,7 mil no dia 27 de novembro de 2009.

Tanto Barusco quanto o ex-diretor Paulo Roberto Costa, que também fez acordo de delação premiada, disseram em seus depoimentos que os pagamentos de propinas eram autorizados pelos executivos da Odebrecht Rogério Santos Araújo e Márcio Faria da Silva. Paulo Roberto Costa foi além e confessou ter recebido da Odebrecht US$ 23 milhões na Suiça, por meio de transferências feitas pelo doleiro Bernardo Freiburghaus, residente na Suíça.

Em nota, a Odebrecht e seus diretores negam “taxativamente qualquer irregularidade” e diz que a empresa “não participa ou participou de nenhum tipo de cartel”. A empresa afirma que todos os seus contratos com a Petrobras “foram obtidos por meio de processos de seleção e concorrência que seguiram a legislação vigente”.

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