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Dilma apareceu de mãos dadas ao lado de Lula na varanda do apartamento dele. | Nelson Almeida/AFP
Dilma apareceu de mãos dadas ao lado de Lula na varanda do apartamento dele.| Foto: Nelson Almeida/AFP

Líderes da Oposição acusaram a presidente Dilma Rousseff de, no comando constitucional do Estado brasileiro, agir para desmoralizar o Judiciário, ao se reunir neste sábado (5) com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva hoje em São Bernardo do Campo.

Ela viajou a São Paulo para fazer um desagravo a Lula, alvo de investigação da Operação Lava Jato, levado na sexta-feira (4) a depor por condução coercitiva. Os dois, ao lado de dona Marisa, acenaram para a multidão da varanda do prédio onde o petista mora. Já os petistas defenderam a unidade e consideraram positiva a presença de Dilma ao lado de Lula nesse momento de “guerra”.

“A presidente Dilma perdeu o último resquício de razão. É o clássico abraço de afogados”, criticou o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado. “Querem destruir e desmoralizar o Judiciário. É a velha prática petista de misturar instituição de estado com relações pessoais e partidárias. As amizades são sempre colocadas acima das instituições dos interesses da República”, avaliou o líder do bloco da Minoria no Congresso, deputado Mendonça Neto (DEM-PE) .

Dilma se encontra com Lula em São Paulo

Em frente ao prédio onde Lula mora, em São Bernardo do Campo, cerca de 250 manifestantes fazem vigília desde cedo em solidariedade ao ex-presidente

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O presidente do DEM e líder do bloco da minoria no Senado, José Agripino Maia, criticou a visita da presidente Dilma a Lula. Para ele, a ida da chefe de Estado foi além de uma simples “visita entre amigos” e foi realizada em “clima de comício”.

Além disso, há o agravante, segundo o senador, de que, uma vez que o ex-presidente está em condição de investigado, Dilma estaria afrontando outras instituições, como o Judiciário e a Polícia Federal. “Ela (Dilma) age na contramão de uma chefe de Estado. Ela,que é chefe de Estado, vai a São Bernardo desagravar uma pessoa que claramente entrou em confronto com instituições de estado. Não foi uma visita discreta, como poderia e deveria ser, entre amigos. Foi uma visita preparada, com claque, com comboio, com aviso prévio. Ela participou de um ato político, não foi uma visita”, criticou Agripino.

Antes de se reunir com Dilma, o ex-presidente desceu para saudar os manifestantes, ele falou brevemente no microfone de um carro de som.“Eu só vim cumprimentar os companheiros que estão aqui e agradecer a solidariedade. Não tem cabimento discursar aqui porque estamos do lado de um hospital”, disse.

Recém filiado ao PSDB, o ex-peemedebista senador Ricardo Ferraço (ES) diz que essa movimentação da presidente Dilma e de Lula sinaliza “um absoluto desprezo” pelas instituições e valores democráticos. “Estamos assistindo a uma tentativa de achincalhar as instituições dentro de um movimento padrão que já assistimos na Venezuela e outros países alinhados: não respondem as denúncias, se vitimizam e incitam a violência afrontando as instituições”, criticou Ferraço.

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, condenou a ida de Dilma ao encontro de Lula hoje, e recomendou que ela gaste mais seu tempo para cuidar dos assuntos de interesse do país. “Uma presidente da República deveria ter mais o que fazer, ainda mais quando o País que governa (ou desgoverna) encontra-se em tamanha crise criada pelo seu próprio governo”, criticou o líder socialista.

Apoio de petistas

Um dos parlamentares que viajaram na sexta a São Paulo para apoiar Lula após o depoimento, o senador Lindbergh Faria (PT-RJ) comemorou a ida de Dilma a São Bernardo. “Encaramos como muito positiva essa ida da Dilma ao encontro do Lula. Fizeram uma violência, uma ilegalidade. Não podiam ter feito condução coercitiva. É hora de unidade. Dilma, Lula e todo PT tem que estar juntos para enfrentar essa guerra”, defendeu Lindbergh.

O senador Paulo Paim (PT-RS) considera “natural” a ida da presidente Dilma a São Bernardo co Campo, considerando se tratar de uma ação pessoal. “Nesse momento, o ser humano Dilma Rousseff, que ficou tanto tempo caminhando ao lado dele, agiu de forma natural, indo prestar solidariedade. Isso não depõe contra ela.”

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