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Presidente Dilma Rousseff trabalha nos bastidores para garantir votos suficientes para barrar o impeachment. | Evaristo Sá/AFP
Presidente Dilma Rousseff trabalha nos bastidores para garantir votos suficientes para barrar o impeachment.| Foto: Evaristo Sá/AFP

Um dia após a aprovação do parecer que acolhe o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, oposição e aliados da petista começaram a travar uma guerra de números sobre os votos que detêm no plenário do Congresso Nacional.

Logo pela manhã desta terça-feira (12), opositores anunciaram que praticamente já tinham os votos necessários para aprovar o impedimento. E foram matemáticos: já seriam 340 votos a favor da destituição de Dilma; 127 contra; e 46 indecisos.

Para o impeachment passar no plenário da Câmara dos Deputados e seguir para análise do Senado, a oposição precisa do apoio de 342 dos 513 parlamentares. “Vai ser uma vitória acachapante”, comemorava o deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP).

“O trabalho junto aos indecisos continua e acreditamos que vamos conseguir uma boa margem de segurança”, disse o líder do PPS, Rubens Bueno.

Na segunda (11), antes da derrota do Planalto na comissão especial do impeachment, integrantes da oposição estimavam que faltavam de 30 a 40 votos para atingir a meta, 342. Com a vitória na comissão, eles acreditam que a tese do impeachment ganhou força.

Oposicionistas mais entusiasmados, como o deputado federal Paulinho da Força (SD-SP), chegaram a apontar 360 votos a favor do impeachment. O parlamentar do Solidariedade chegou até a ensaiar a divulgação dos nomes da lista, mas depois recuou, “com receio de prejudicar o processo”, justificou sua assessoria de imprensa.

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Já aliados do Planalto têm outro cálculo. Eles reconhecem que o placar da comissão do impeachment foi negativo: sabiam que poderiam perder, mas acreditavam que o resultado seria apertado – e não por uma diferença de 11 votos.

O resultado foi surpreendente até para a oposição, que no melhor dos cenários apostava obter 36 votos, e não 38. Ainda assim, aliados repetem que o resultado da comissão especial, se transferido para o plenário, não representa vitória da oposição.

Proporção não bate

No plenário, lembram eles, a maioria simples não basta – é necessário o apoio de dois terços da Casa. “Para fazer dois terços na comissão do impeachment, eles precisavam de 44 votos lá”, afirmou o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS). “Eles dizem que têm 340 votos, mas isso só seria possível se a Casa tivesse 550, 600 deputados federais”, continuou Pimenta.

Questionado sobre como avaliava o mapa da oposição, o deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP) ironizou : “A oposição não mente e é muito pura”. “Isso é parte de uma operação para convencer incautos”, disse Chinaglia.

Na previsão de aliados, o Planalto conseguiria atingir o apoio de 200 parlamentares, mais do que o necessário para evitar o impeachment. A previsão, contudo, já incluiria eventuais ausências e abstenções. “Eles têm um tiro só: que é colocar 342 votos. Nós temos três tiros: o “não”, a abstenção e a ausência”, disse o deputado federal Silvio Costa (PTdoB-PE). “A oposição agora vai ficar falando que já venceu, que isso, que aquilo. Mas é guerra de informação. Não tem nada disso”, completou.

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