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Lula: ironia para explicar a relação com pecuarista preso pela Lava Jato | Adonis Guerra/SMABC
Lula: ironia para explicar a relação com pecuarista preso pela Lava Jato| Foto: Adonis Guerra/SMABC

Para tentar explicar a proximidade com o pecuarista José Carlos Bumlai, preso na Lava Jato, o ex-presidente Lula disse em depoimento à Polícia Federal (PF) que recebeu até cães guias no Palácio do Planalto durante seu mandato. “Nunca antes da história do Brasil, um presidente da República fez tanto debate com empresário dentro do Palácio do Planalto como eu, nunca”, disse. “Não só debate com empresário, mas debate com favelado, debate com sem teto, debate com prostituta, com LGBT, até cachorro, cão-guia, eu fiz reunião lá dentro, pra falar com os donos, não com os cachorros”, disse o ex-presidente.

Lula afirmou ao delegado da Polícia Federal que Bumlai participava de muitas dessas atividades. “Ele deve ter ido lá muitas vezes participar de debates, participar do Conselhão, participar de anúncio de coisa. Não sei se você sabe, que toda vez que a gente anuncia um evento qualquer, tem uma plenária, e nessa plenária tem sindicalistas, tem empresários, tem banqueiros, tem todo mundo da sociedade que é convidado pra ir pra lá”, explicou Lula.

O ex-presidente disse não ter conhecimento da relação entre Bumlai e o Banco Schahin. Lula disse ter tido conhecimento sobre o empréstimo de R$ 12 milhões do banco ao pecuarista apenas pela imprensa e negou ter conhecimento sobre como a dívida foi quitada. A PF afirma que o empréstimo foi fictício, apenas para pagar uma dívida do PT.

Amizade

Lula disse ao delegado da PF que encontrava com Bumlai preferencialmente em casa. “Como presidente da República eu fiquei 8 anos lá, sem ir num restaurante, sem ir num aniversário, sem ir num casamento. Eu fiz um celibato quando eu fui presidente da República”, justificou Lula.

O ex-presidente destacou que, durante os oito anos de mandato, nunca trabalhou aos finais de semana. “Sábado e domingo na minha casa, nem com ministro eu falava. Sábado e domingo pra mim era pra descansar”, disse. De acordo com Lula, os encontros com Bumlai nos fins de semana eram uma relação de amizade entre os dois, e não para tratar de negócios.

Crítica

Durante o depoimento, Lula criticou a Polícia Federal e reclamou por já ter respondido às perguntas sobre Bumlai em um depoimento à PF de Brasília. No depoimento prestado no dia 4 de março, Lula respondeu às perguntas da força-tarefa de Curitiba. “Você sabe que o atentado às torres [World Trade Center, em 2001], uma das coisas que dizem que aconteceu aquele atentado foi porque a polícia não se comunicava. Eu já fui à Brasília...”, reclamou Lula.

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