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Mandados de prisão foram cumpridos em Londrina e Curitiba. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Mandados de prisão foram cumpridos em Londrina e Curitiba.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

A base da quarta fase da Operação Publicano, deflagrada na quinta-feira (3) com a prisão de 41 pessoas, tem origem em um pen drive apreendido pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em janeiro com o auditor Luiz Antônio de Souza. O pen drive só foi decodificado depois da segunda fase da Publicano, deflagrada em junho, quando Souza, que colabora com as investigações, “lembrou” do material. As anotações são feitas em código e nelas Souza escreve a empresa que pagou, quanto pagou, o fiscal que recebeu a propina e a divisão.

Outro lado

O advogado Edgar Ehara, que defende o auditor Amadeu Serapião, disse que ainda não viu as provas juntadas pelo MP no processo. Pedro Muffato se manifestou em nota, afirmando que “a empresa foi vítima de tentativa de extorsão praticada por funcionários públicos que são investigados”. A reportagem não conseguiu contato nem com Evaldo Ulinski nem com a defesa de Ranulfo Mendes. Por e-mail, a assessoria da JBS afirmou que “a Big Frango e nenhum de seus atuais representantes é alvo da operação”. “A ação está investigando o ex-controlador e os ex-representantes da companhia, que não têm mais qualquer relação com a Big Frango”.

Uma das anotações do pen drive é “Sr Pedro/AS”, seguida por “1/2=75-10=65”. Na mesma sequência está “Sr Pedro/AS”, seguida por “2/2=75-10-10=55”. Segundo o delator e o Gaeco, as anotações referem-se a um suposto pedido de propina feito ao empresário Pedro Muffato, o “Sr. Pedro” das anotações. Já “AS” que aparece ao lado é o auditor Amadeu Serapião, que teve prisão preventiva decretada.

O episódio ocorreu em novembro de 2014 e diz respeito a um suposto acordo para o pagamento de propina referente a uma loja de Ibiporã. O hoje delator Luiz Antônio de Souza, que na época era inspetor regional de fiscalização da Delegacia da Receita Estadual em Londrina, teria firmado um acordo para o pagamento de R$ 200 mil em propina, diante da ameaça de um auto de infração superior a R$ 2 milhões. No fim, a multa ficou em R$ 20 mil. Pedro Muffato não tem relação comercial com o Super Muffato.

Outro caso é a suposta negociação de uma propina de R$ 120 mil com a Big Frango, em 2014, antes de ser negociada a venda do controle da empresa ao grupo JBS. A propina teria sido paga para amenizar a fiscalização referente às atividades da empresa entre janeiro de 2009 e maio de 2014. A empresa foi multada em R$ 102 mil, o que o Gaeco considera uma quantia “irrisória”.

Segundo o delator, o valor da propina teria sido repassado para a JBS, sendo “consignada nas dívidas” da empresa “por meio de simulação de débito”.

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