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Alejandro Toledo é acusado de ter recebido suborno milionário da Odebrecht | ERNESTO BENAVIDES/AFP
Alejandro Toledo é acusado de ter recebido suborno milionário da Odebrecht| Foto: ERNESTO BENAVIDES/AFP

O governo do Peru espera que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deporte o ex-presidente Alejandro Toledo, que estaria em San Francisco, Califórnia, e é procurado pela justiça peruana pela acusação de ter recebido subornos milionários da empreiteira Odebrecht.

O presidente peruano, Pedro Pablo Kuczynski, conversou com Trump no domingo (12) e pediu, entre outras coisas, que estude a possibilidade de deportar Toledo para que seja processado em Lima.

“O presidente Kuczynski solicitou a Donald Trump avaliar, no âmbito das competências que a lei de migração desse país dá ao Departamento de Estado, a opção de deportar Toledo para o Peru”, informou no domingo o governo.

A justiça peruana emitiu uma ordem de captura internacional e prisão preventiva de 18 meses para Toledo, por supostamente ter recebido US$ 20 milhões da Odebrecht para favorecer a empresa na construção de uma rodovia que liga Peru e Brasil.

O governo de Lima suspeita que Toledo, professor visitante da Universidade de Stanford, está em San Francisco e oferece US$ 30 mil por informações que ajudem em sua captura. Em seu Twitter, Toledo afirma que é professor visitante em Stanford, e postou uma carta para comprovar o vínculo com a instituição.

O ex-presidente é acusado de tráfico de influência e lavagem de dinheiro. A Procuradoria tem como base depoimentos e documentos do ex-representante da Odebrecht no Peru, Jorge Barata, que afirmou ter repassado o dinheiro a Toledo através das contas de um amigo deste, o empresário peruano-israelense Josef Maiman.

O dinheiro, segundo a Procuradoria, foi utilizado para pagar hipotecas e propriedades no Peru vinculadas a Toledo por meio de uma empresa offshore.

Toledo nega a fuga

Em uma mensagem publicada no domingo à noite no Twitter, sem informar seu paradeiro, o ex-presidente afirmou que nunca fugiu, já que não era processado quando deixou o país. “O tribunal em Lima não pediu meu testemunho para ajudar com sua investigação. Ao contrário, me acusou de delitos que não cometi e que o tribunal não pode comprovar”, escreveu. Toledo não informou se retornará ao Peru.

Apesar de a Interpol ter emitido um alerta vermelho para localizar Toledo em 190 países, o governo dos Estados Unidos solicitou a Lima que justifique os motivos pelos quais o ex-presidente deve ser detido para que um juiz local decida sobre o pedido de captura.

Uma fonte do Ministério Público explicou à AFP que o Departamento de Estado informou que faltavam alguns detalhes para que o pedido fosse aceito por um tribunal americano. O juiz Richard Concepción, que ordenou a prisão de Toledo, que deve apresentar um novo requerimento nas próximas horas.

Sem uma ordem para impedir sua saída, o Peru temia que Toledo viajasse para Israel, país do qual sua esposa Eliane Karp tem cidadania.

Mas o governo israelense, por meio do porta-voz do ministério das Relações Exteriores Emmanuel Nahshon, informou que “Toledo será autorizado [a ingressar] em Israel apenas quando os assuntos pendentes no Peru estiverem solucionados”.

Kuczynski agradeceu ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pela decisão de impedir a entrada de Toledo, informou a presidência.

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