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Rastreamento da Polícia Federal na Operação Pixuleco, 17º capítulo da Lava Jato que prendeu José Dirceu, revela que a JD Assessoria e Consultoria, do ex-ministro-chefe da Casa Civil (Governo Lula), pagou R$ 1,161 milhão para a Unicon Serviços Contábeis Ltda, da qual é sócio o deputado estadual Enio Tatto (PT), primeiro secretário da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de São Paulo.

Os repasses ocorreram entre janeiro de 2009 e dezembro de 2014 – período em que Dirceu foi processado, condenado e preso no mensalão por corrupção ativa. Os documentos que mostram as relações da JD com a Unicon foram anexados pela Polícia Federal nos autos da Pixuleco, que prendeu também Roberto Marques, o Bob, braço direito de Dirceu. Bob é funcionário efetivo da Assembleia paulista desde 28 de maio de 1986. Trabalhou na Liderança do PT. Desde 15 de março de 2003 está lotado no Gabinete da 1.ª Secretaria, que o deputado Enio Tatto assumiu há dois anos e meio.

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Após acompanhar o depoimento do irmão do ex-ministro, advogado Luiz Eduardo Oliveira e Silva, que também foi preso na Pixuleco, Roberto Podval declarou que “é estúpida” a suspeita da Lava Jato de que José Dirceu era o chefe da organização que se instalou na Petrobras entre 2004 e 2014 para desvios, fraudes e propinas

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A PF esmiuça todos os negócios da JD porque suspeita que a empresa do ex-ministro, já desativada, foi usada para captar propinas do esquema de corrupção na Petrobras por meio de consultorias fictícias. Em oito anos a JD faturou R$ 39 milhões. A PF trabalha com a hipótese de que parte dessa receita teve origem em pagamentos ilícitos de empreiteiras que teriam sido beneficiadas em contratos com a Petrobras.

Os investigadores dizem que pelo menos R$ 21,3 milhões a JD recebeu por meio de depósitos mensais e ininterruptos de três grupos empresariais.

Nos autos da Pixuleco, a Polícia Federal transcreve a constituição da Unicon Serviços Contábeis, de 14 de novembro de 1997, situada na Chácara Santo Antônio, São Paulo, zona sul. O deputado é “um dos sócios da empresa”.

Outro lado

Yolanda Tatto, mulher do deputado Enio Tatto (PT-SP), é sócia da Unicon. Ela destaca que a Unicon respondeu pela contabilidade da JD desde a sua fundação. Ela rechaça enfaticamente qualquer suspeita sobre os valores que a Unicon recebeu da empresa de Dirceu. “Nunca recebi propinas. O valor de R$ 1,161 milhão corresponde ao pagamento de honorários contábeis mensais, de janeiro de 2009 a dezembro de 2014, período de 72 (setenta e dois) meses consecutivos contemplados na quebra de sigilo fiscal e bancário.”

Ela ressalta ainda que o marido é sócio cotista da Unicon, porque também é contador, mas afirma: “Nos últimos 17 anos ele (Enio Tatto) passou aqui umas cinco vezes para tomar café e foi muito. Nem meu marido nem eu recebemos da Lava Jato. A Unicon recebeu as mensalidades porque cuidamos da empresa dele (José Dirceu) e da pessoa física dele, além de outros trabalhos que eu desenvolvia, alterações contratuais, certidões negativas, consultoria para a área tributária que ele (ex-ministro) me pedia. Não pagaram para o meu marido, pagaram pelos serviços contábeis que prestei”.

Yolanda Tatto anota que a Unicon mantém um quadro de 32 funcionários e uma carteira de 300 clientes.Ela observou que nos últimos meses tem se dedicado a esclarecer ao Ministério Público Federal e à Receita questões relativas às atividades da JD Assessoria. “(JD) tinha, em média, 28 funcionários com INSS e FGTS pagos. Eu respondo pela parte técnica e contábil (da JD).” Segundo Yolanda Tatto, a Unicon, se solicitada, apresentará às autoridades competentes toda e qualquer documentação que comprove o histórico dos trabalhos realizados e dos valores recebidos e tributados na forma da lei.

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