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A denúncia no caso Odebrecht atinge, além de seu presidente, cinco executivos, três operadores de propinas e, ainda, os próprios supostos beneficiários da rede de corrupção, os quatro ex-diretores da estatal petrolífera | RR/DL/STRINGER/BRAZIL
A denúncia no caso Odebrecht atinge, além de seu presidente, cinco executivos, três operadores de propinas e, ainda, os próprios supostos beneficiários da rede de corrupção, os quatro ex-diretores da estatal petrolífera| Foto: RR/DL/STRINGER/BRAZIL

O Ministério Público Federal afirma que rastreou 56 atos de corrupção e 136 de lavagem de dinheiro por parte da Odebrecht, maior empreiteira do País, cujo presidente, Marcelo Bahia Odebrecht, está preso desde 19 de junho. Ele foi denunciado nesta sexta-feira, 24, por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Denúncia é marco zero na defesa de Marcelo Odebrecht e executivos, diz advogada

Ao todo, segundo a força-tarefa da Operação Lava Jato, a Odebrecht distribuiu R$ 389 milhões em propinas para ex-diretores da Petrobras, Paulo Roberto Costa (Abastecimento), Jorge Luiz Zelada (Internacional), Renato Duque (Serviços) e Nestor Cerveró (Internacional) por meio de deslocamento de valores por offshores e contas na Suíça.

As transações ilícitas, ainda de acordo com o Ministério Público Federal, lavaram R$ 1 bilhão, por meio de repasses de valores da Odebrecht para uma teia de offshores de intermediários e beneficiários das propinas.

A denúncia no caso Odebrecht atinge, além de seu presidente, cinco executivos, três operadores de propinas e, ainda, os próprios supostos beneficiários da rede de corrupção, os quatro ex-diretores da estatal petrolífera.

Os procuradores da Lava Jato apontam que o ressarcimento buscado em relação à Odebrecht é de R$ 6,7 bilhões.

Denúncia é marco zero na defesa de Marcelo Odebrecht e executivos, diz advogada

A advogada do grupo Odebrecht e da Construtora Norberto Odebrecht (CNO), Dora Cavalcanti, disse que hoje é o marco zero do processo de defesa de Marcelo Bahia Odebrecht e outros executivos da empresa presos, já que pela primeira vez poderão fazer a defesa de seus clientes com base em uma denúncia concreta. “A partir desse momento se inicia o trabalho da defesa. Até agora havia uma investigação, com prisão de pessoas e não há normalidade na forma que a Lava Jato vem sendo conduzida”, disse Dora em entrevista com a imprensa.

A advogada informou que ela e sua equipe tomaram conhecimento da denúncia do Ministério Público Federal feita durante a entrevista do órgão, transmitida pela televisão, e que, portanto, não tinham subsídios para se aprofundar sobre o assunto.

Os advogados da empresa presentes na coletiva de imprensa convocada para este final de tarde criticaram a conduta do MPF e a qualidade das acusações, que, de acordo com eles, estão baseadas em “suposições” e não em acusações concretas. “Nada do que foi dito no MP federal contribuiu para justificar a prisão ilegal e que merece ser revogada das pessoas que estão lá”, disse Dora. Segundo ela, a defesa tem expectativa de parar de ser surpreendida e poder trabalhar de forma técnica, dentro dos autos do processo. A advogada reiterou suas críticas à prisão de Marcelo Odebrecht, presidente do grupo, e de outros executivos, dizendo que a conduta está fora do padrão de igualdade e que viola o direito de presunção de inocência.

Dora criticou as acusações feitas a partir de mensagens de Marcelo Odebrecht, presidente da empresa, contendo siglas. Segundo ela, em uma delas a menção “vaca” trata-se de uma referência a um gado adquirido e não ao ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.

Em relação à renovação do pedido de prisão preventiva dos executivos pelo juiz Sergio Moro, Dora disse que o pedido de habeas corpus será mantido e que acredita na libertação dos réus. Ela afirmou ainda que tem certeza de que as prisões serão revogadas.

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