
Os R$ 725 milhões em impostos sonegados, multas e acréscimos legais exigidos revelados pela última parcial da força-tarefa da Receita Estadual fazem da Operação Publicano o terceiro maior escândalo de corrupção do Paraná.
A máfia da Receita perde apenas para o Caso Banestado (R$ 150 bi) e o Caso Paolicchi, de Matingá, que chega a 713 mi em valores atualizados referente a apenas uma ação – como são diversos processos, o valor total (não identificado) ultrapassa a Operação Publicano.
Como se trata de uma parcial e existem três forças-tarefas em andamento, a tendência é que esses R$ 725 milhões aumentem consideravelmente – em 29 de outubro, quando foi confirmada a abertura dos processos administrativos contra os 62 auditores fiscais réus nas ações penais, a Secretaria da Fazenda divulgou uma parcial de R$ 400 milhões.
- overno do PR aplica multa de R$ 725 mi em empresas investigadas pela Publicano
- Projeto de Beto Richa que pune “maus fiscais” segue parado na Assembleia
- Governo do PR abre processo disciplinar contra 62 auditores fiscais
- Justiça bloqueia R$ 229 mil de réus da segunda ação da Publicano
- Em 2014, réu ligado a Abi se tornou membro de comitê do programa Paraná Competitivo
“Eu não tenho como dizer se chegamos na metade ou não, mas ainda há muito a investigar”, declarou o promotor Jorge Costa, coordenador do Gaeco de Londrina. “Esse número vai subir, só não sei quanto”, completou.
Segundo Costa, o trabalho da força-tarefa “só vem a demonstrar o acerto das investigações e também a correção do esclarecimento [que o MP está fazendo] de como funcionava o esquema e a amplitude dele.”
O hoje procurador Cláudio Esteves, que coordenava o Gaeco em Londrina quando a Operação Publicano foi deflagrada, afirmou que “teoricamente [o valor] vai mais longe, porque estão só nas empresas locais ainda”.
“Na Publicano 2 eu já não estava mais quando foi deflagrada, mas foram presos os principais cabeças da Receita Estadual, o que significa que era uma estrutura hierarquizada”, afirmou. “Não foram apuradas [as irregularidades] em outras Delegacias [da Receita] mais distantes de Londrina, mas certamente se estendia por outras partes do estado”, acrescentou.
Comparação
O escândalo dos “publicanos”, supera, por exemplo, os “Diários Secretos”, série da Gazeta do Povo e da RPC TV que mostrou o desvio de dinheiro da Assembleia Legislativa por meio de funcionários fantasmas – o esquema gerou um rombo comprovado de R$ 250 milhões em valores atuais.
Deixa para trás também o caso Copel/Olvepar, de 2002, no final do governo Jaime Lerner, quando a empresa estadual de energia comprou créditos irregulares de ICMS, provocando um prejuízo de R$ 84,6 milhões.



