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| Foto: Beto Barata/PR

O gasto do governo federal com publicidade cresceu 65% no primeiro semestre deste ano em comparação ao mesmo período de 2015. Levantamento do site Contas Abertas mostra que as despesas subiram de R$ 234,1 milhões, no ano passado, para R$ 386,5 milhões, neste ano. O montante inclui publicidade pública, institucional, legal e também mercadológica.

A maior parte do desembolso foi realizada um mês antes de a presidente Dilma Rousseff (PT) ser afastada do Palácio do Planalto pelo Senado, em maio, e no mês posterior à posse do presidente em exercício Michel Temer.

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Em abril, foram destinados R$ 79,9 milhões para publicidade – quase o dobro (98%) do que no mesmo mês de 2015. Em junho, os gastos foram de R$ 82,1 milhões, valor cerca de 50% superior ao do mesmo mês do ano passado.

A reportagem apurou que o governo Temer vai cortar no mínimo 25% dos gastos com publicidade em 2017. O Planalto quer focar suas propagandas em ações de utilidade pública e menos em publicidade institucional.

O governo também vai revisar no próximo ano os gastos das estatais. Eletrobras e Correios, por exemplo, vão diminuir não só os investimentos em publicidade, mas também os com patrocínios, principalmente porque enfrentam problemas de caixa. Todo o sistema de repasse de recursos para publicidade é rediscutido pelo governo – tanto em ministérios como em empresas públicas.

A maior parte dos recursos deste ano – R$ 212,4 milhões, que correspondem a 55% da verba – foi gasta com utilidade pública. É nesta área que o governo Temer quer priorizar o investimento. A publicidade institucional, usada para fazer divulgação de informações sobre atos, obras e programas governamentais, recebeu R$ 109 milhões neste primeiro semestre. Para o atual governo, os petistas usavam a maior parte dessa verba como “ferramenta de luta política” e “campanha ideológica”.

Ainda há verbas destinadas à publicidade legal – R$ 57,1 milhões –, que se refere à publicação de avisos, balanços, relatórios e comunicados de órgãos divulgados por força de lei. A conta de publicidade prevê ainda R$ 8,1 milhões aos serviços “mercadológicos”, destinados a lançar, modificar, reposicionar ou promover produtos e serviços de entidades e sociedades controladas pela União que atuam em uma relação de concorrência no mercado.

Mudança

Assim que assumiu o Planalto, Temer decidiu acabar com a principal fonte de recursos que alimentava os blogs e sites considerados aliados de Dilma. A determinação atingiu ministérios e todas as estatais, incluindo Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, que, durante os 13 anos da administração petista, foram usadas para abastecer essas publicações. Dos R$ 11 milhões previstos para serem liberados até o fim deste ano para este segmento de mídia, pelo menos R$ 8 milhões foram bloqueados.

O Palácio do Planalto explicou que o objetivo do governo agora é privilegiar a informação e a divulgação de múltiplas opiniões, evitando qualquer tipo de associação do patrocínio do governo a partidos ou projetos políticos.

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