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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou na terça-feira (19) o registro da 30ª legenda partidária do Brasil, o Partido Ecológico Nacional (PEN). E o presidente da sigla, Adilson Barroso, ex-deputado pelo PSC de São Paulo, já anunciou que vai convidar Marina Silva para fazer parte do projeto partidário.

Segundo ele, o partido deve ter "mais de 10 parlamentares na Câmara dos Deputados", pois "cerca de 20 deputados" apoiaram a criação da sigla. Embora não cite o nome de nenhum deles, ele faz a conta. "Na próxima quarta, nós vamos ter uma reunião para saber quantos deputados vão sair de seus partidos e, em seguida, anunciar os novos nomes", disse ele.

Sobre a ex-senadora Marina Silva, ele disse que ainda não tomou a iniciativa de convidá-la. "Ainda não falei com ela. Mas vou fazer o convite formal para que ela passe a integrar o nosso quadro. Até acredito que seria o melhor momento para a senadora Marina Silva. Ela tem essa saída sabendo que, hoje, está sem partido."

A assessoria de Marina Silva disse que a ex-candidata à Presidência da República "não tem nenhuma relação com o novo partido".

Perguntado sobre o excesso de legendas no país, Barroso respondeu. "Nós temos um monte de partidos trabalhistas. É 'PT' isso, 'PT' daquilo. Por que não podemos ter outro partido ecológico? Hoje só temos um, e temos que chamar a atenção para o desenvolvimento sustentável", diz.

O cientista político da PUC do Rio de Janeiro Ricardo Ismael falou sobre a grande visibilidade que um partido ecológico pode ter nos dias de hoje. Mas ressaltou que o presidente da legenda é um "completo desconhecido", e que parece não ter relação com nenhum dissidente do PV.

"Especula-se para onde a Marina Silva vai. Como ela teve uma votação muito expressiva em 2010, como aconteceu aquele racha dentro do PV, e ela teve que deixar o partido, há uma expectativa de qual será a legenda que ela vai abraçar com vistas a 2014. O PPS já sinalizou essa disposição e, agora, o PEN também."

Para Ismael, o partido ainda tem que passar pelo teste das urnas para mostrar se terá representatividade diante do eleitorado. O cientista político analisa ainda o quadro político pulverizado no país: "Há três aspectos que favorecem essa fragmentação partidária, que você observa na Câmara dos Deputados, dos vereadores, no Legislativo. Primeiro: o país é federativo. Nem sempre um partido que é forte em um estado é forte em outro. Isso propicia a fragmentação. Outro ponto é que você tem vários sistemas partidários diferentes. Além de que no nosso sistema eleitoral, o sistema proporcional para o Legislativo, muitas cadeiras podem ser ocupadas por partidos pequenos. Esse ponto, aliado às coligações, aumentam as condições para a fragmentação partidária."

Para o cientista político da Universidade de Brasília (Unb) David Fleisher, uma reforma política, com a criação de uma cláusula de barreira, atenuaria o problema."Cada cacique quer criar o seu partido. É claro que todos têm que ser livres para fundara um partido. Mas acho que deveria haver uma cláusula de barreira em que o partido deveria ter de 2% a 3% dos votos de brasileiros para poder eleger alguém."

Ele também comentou o fracasso nas negociações da reforma política. "As negociações do ano passado e deste ano foram um fracasso total. Agora vamos ver se o assunto será retomado no ano que vem, após as eleições."

O último partido criado, antes do PEN, foi o PPL há cerca de oito meses. Fundado por integrantes do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8) o pedido de registro foi deferido pelo TSE no dia 5 de outubro do ano passado.

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