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escândalo da petrobras

Trapalhada de consultor envolve Lula na Lava Jato e causa rebuliço

Sem autorização de ninguém, cidadão pede habeas corpus para o ex-presidente não ser preso pela Lava Jato. Lula nem é investigado pela PF

Lula disse que nunca pediu habeas corpus;  juiz esclareceu que ex-presidente não é investigado. | PAULO WHITAKER/REUTERS
Lula disse que nunca pediu habeas corpus; juiz esclareceu que ex-presidente não é investigado. (Foto: PAULO WHITAKER/REUTERS)

Um habeas corpus preventivo protocolado em nome do ex-presidente Lula, para que ele não fosse preso pela Operação Lava Jato, provocou nesta quinta-feira (25) confusão política e gerou turbulência no mercado.

Assim que a notícia começou a circular, espalhada pelo senador oposicionista Ronaldo Caiado (DEM-GO), a Bolsa de Valores de São Paulo intensificou sua queda. Lula, por meio de seu instituto, pediu que a Justiça Federal desconsiderasse o habeas corpus, e o juiz Sergio Moro se manifestou, afirmando que o ex-presidente não é investigado na Lava Jato.

O pedido foi feito pelo consultor Mauricio Ramos Thomaz sem o consentimento de Lula. O habeas corpus foi protocolado no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4). Pela lei, qualquer cidadão pode entrar com um habeas corpus, incluindo pessoas que não são advogados.

O desembargador João Pedro Gebran Neto, do TRF4, negou o pedido considerando não existir fundamento legal. Disse se tratar “de aventura jurídica” já que o pedido foi proposto à revelia de Lula.

Quem é o autor

O autor do habeas corpus define-se como “consultor de advogados” e se considera um “Sherlock Holmes”, personagem conhecido por solucionar crimes misteriosos. À reportagem, Thomaz afirmou que ficou até as 6 horas bebendo cerveja e não sabia da repercussão do pedido. Sem ensino superior, ele afirma ser “muito bom no que faz” e disse que agiu por conta própria.

Reação do PT

O PT classificou o pedido como uma “falsificação”. O Instituto Lula questionou a motivação da ação. “Qualquer um pode entrar com habeas corpus, que pode ser iniciativa tanto de alguém que quer defender, tanto de alguém da oposição querendo fazer uma provocação”, disse o instituto em nota.

O líder do governo na Câmara Federal, José Guimarães (PT-CE), criticou Ronaldo Caiado por espalhar o factoide. Caiado rebateu: “Quem entrou [com o habeas corpus] não é problema meu. Eu cobro que a Justiça esclareça”.

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