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Na ação original, o PSDB argumenta que a coligação da presidente Dilma Rousseff promoveu “campanha milionária cujo custo superaria a soma das despesas de todos os demais candidatos, com abuso do poder econômico”. | Fernando Bizerra Jr./EFE
Na ação original, o PSDB argumenta que a coligação da presidente Dilma Rousseff promoveu “campanha milionária cujo custo superaria a soma das despesas de todos os demais candidatos, com abuso do poder econômico”.| Foto: Fernando Bizerra Jr./EFE

O doleiro Alberto Youssef é a próxima testemunha a ser ouvida em ação que tramita no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre suposta irregularidades na campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff, no ano passado. O depoimento será no dia 9 de junho, na Justiça Federal de Curitiba. Hoje, o ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa prestou depoimento no Tribunal de Justiça do Rio pela mesma ação, movida pelo PSDB. Delator do esquema de desvio de recursos da estatal para pagamento de propina a partidos políticos, Costa foi questionado se houve pagamento de propina também na campanha.

A Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) movida pelo PSDB foi aberta no dia 18 de dezembro, dia da diplomação da presidente Dilma. O processo questiona a coligação da presidente por “abuso do poder econômico e político” e ainda por “obtenção de recursos de forma ilícita”.

De acordo com despacho do ministro João Otávio de Noronha, corregedor-geral da Justiça Eleitoral, o objetivo dos depoimentos é questionar ambos os réus da Operação Lava Jato se houve propina direcionada à campanha eleitoral. Ainda conforme o documento, a ação “examina a suposta obtenção de recursos de forma ilícita de empresas prestadoras de serviço à Petrobras, repassados aos partidos integrantes da coligação formada em apoio dos candidatos representados e vertidos para a campanha eleitoral”.

O depoimento de Paulo Roberto Costa durou cerca de 40 minutos na sede do Tribunal de Justiça, no Centro do Rio. O ex-diretor chegou ao local por volta das 8h30, em viatura da Polícia Federal, acompanhado de três agentes e um motorista. No local, ele ficou na carceragem do edifício, antes de ser ouvido pelo juiz Nicolau Lupinhaes Neto, designado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília. O depoimento estava marcado para as 9h30, e por volta das 10h40, o ex-diretor de abastecimento deixou o local sem falar com a imprensa.

Além do ex-diretor e do doleiro Alberto Yousef, também o servidor público Herton Araújo, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), foi listado como testemunha. Ele foi questionado sobre uma “suposta sonegação de dados relativos ao quadro socioeconômico do País ao longo do pleito de 2014”. Ele foi ouvido na última quarta-feira, dia 27, na sede do TSE em Brasília.

Inicialmente, o pedido de depoimentos havia sido recusado. Mas, em recurso, o PSDB argumentou que a ausência dos testemunhos significaria “nítida violação ao devido processo legal e à ampla defesa”. Na ação original, o partido argumenta que a coligação da presidente Dilma Rousseff promoveu “campanha milionária cujo custo superaria a soma das despesas de todos os demais candidatos, com abuso do poder econômico”.

Ainda segundo o documento, o partido oposicionista denuncia que os gastos realizados na campanha contariam com “doações oficiais de empreiteiras contratadas pela Petrobras como parte de distribuição de propinas”. O PSDB também classificou como “abuso político” a campanha feita por entidades sindicais em apoio à candidatura do PT, supostamente com uso da “máquina administrativa federal claramente colocada a serviço das pretensões políticas dos investigados, por meio de desvio de finalidade de pronunciamento oficiais”.

O magistrado ainda argumenta que o depoimento de Costa e Youssef, como testemunhas, servirá para esclarecer se ambos repassaram propinas aos partidos e à campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff. Costa já havia indicado, em sua delação premiada na Operação Lava Jato e em depoimentos à CPI da Petrobras, ter feito repasses de R$ 2 milhões à campanha de Dilma Rousseff em 2010. Segundo ele, o pedido de repasse teria sido feito por Youssef, que nega a acusação.

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