Campo Mourão Por não ter tempo durante o dia para estudar agronomia, a estudante Monique Pedroso Costa, 20 anos, decidiu pesquisar em faculdades da região até encontrar a opção que atendesse as suas necessidades, aliando o trabalho à faculdade, um dos seus sonhos. "Sem a opção do noturno, não poderia fazer um curso superior", diz Monique, que tem os pais que trabalham na agricultura em uma propriedade rural no município de Goioerê, no Centro-Oeste do estado. "Após me formar, pretendo passar a eles um pouco do conhecimento adquirido na faculdade", garante Monique.
Assim como a estudante, outros 220 alunos do curso de Agronomia noturno da Faculdade Integrado de Campo Mourão, que não disponibilizavam de tempo durante o dia, encontraram na opção do noturno mais uma oportunidade de fazer a carreira de agronomia. "O curso noturno oferece todas as opções do diurno, e o seu objetivo principal é atingir um público que antes não tinha acesso ao curso de agronomia" enfatiza o coordenador do curso e professor Marcos Vieira. Ele lembra que em vários casos os alunos desse período trabalham durante o dia em empresas ou até mesmo na propriedade dos pais. "Com isso há um enriquecimento da prática aliada à teoria da sala de aula", diz Vieira.
Ele explica que durante a semana os alunos dos dois períodos têm a teoria nas salas de aula e em laboratórios, e aos sábados, a prática é direcionada ao campo. "São 200 hectares de terra, além das saídas técnicas em propriedades da região". Vieira conta que além das visitas e da estrutura do câmpus, a faculdade disponibiliza de 16 laboratórios, infra-estrutura para criação de gado e programas de estágio com 150 empresas conveniadas. "Após a formatura da primeira turma, cerca de 50% dos alunos já estavam empregados."
Viera recorda que quando da criação do curso, em 2003, houve uma resistência por parte da classe agronômica que não acreditava na possibilidade da realização durante a noite. "É uma inovação que está tendo o seu sucesso. Prova disso está na busca maior pelo curso noturno do que o diurno", diz Vieira. O curso foi reconhecido e autorizado pelo Ministério da Educação e aprovado pelo Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea).



