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Centro de reciclagem de agroquímicos em Contenda  (PR): registro de agrotóxicos no Brasil chegou a 405 produtos em 2018, sendo 40 defensivos biológicos. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Centro de reciclagem de agroquímicos em Contenda (PR): registro de agrotóxicos no Brasil chegou a 405 produtos em 2018, sendo 40 defensivos biológicos.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgou o número de novos registros de defensivos agrícolas realizado no Brasil em 2018. Ao todo, foram 450 produtos registrados, sendo 52 os considerados de baixa toxidade, os chamados defensivos biológicos, que podem ser utilizados, inclusive, na agricultura orgânica.

O número total de registros é 10% maior que em 2017, quando foram registrados 405 produtos, sendo 40 defensivos biológicos. Em 2016, foram 39 biológicos e 277 no total. A nível de comparação, em 2005 foram registrados 91 produtos - nenhum biológico. Há dez anos, em 2008, foram 191 registros, sendo apenas um biológico.

Atualmente existem 1.345 pedidos de registro em análise no Mapa. Também analisam os pedidos os Ministérios da Saúde, do Meio Ambiente e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A regra pode ser alterada com a chamada Nova Lei dos Agrotóxicos, em tramitação no legislativo.

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“O recorde de registro de produtos menos tóxicos é resultado da política adotada pelo governo federal de priorizar a análise dos processos de registro destes produtos”, avalia o chefe da Divisão de Registro de Produtos Formulados da Secretaria de Defesa Agropecuária, Bruno Cavalheiro Breitenbach.

Esse tipo de demanda está em crescimento, segundo especialistas. Uma amostra disso foi a recente aquisição da empresa Total Biotecnologia, especializada em produtos biológicos para a agricultura, pelo fundo de investimento Aqua Capital, especializado em agronegócio.

Segundo Antônio Zem, CEO da Total, cada vez mais agricultores buscam produtos biológicos para complementar ou substituir o uso de agroquímicos nas lavouras. “Estamos falando [no uso] de bactérias e fungos benéficos [para a produção agrícola] com potencial fungicida”, afirmou em entrevista à Gazeta do Povo, em dezembro.

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Cavalheiro Breitenbach confirma: há maior demanda dos produtores rurais brasileiros por alternativas menos agressivas ao meio ambiente e ao consumidor, e os defensivos de baixa toxidade contêm organismos biológicos, microbiológicos, bioquímicos, semioquímicos ou extratos vegetais, o que os libera para uso em lavouras de alimentos orgânicos.

Com a nova política de priorizar os produtos biológicos, a demora para o registro destes produtos foi reduzida drasticamente. Atualmente o tempo médio entre o pedido de registro pelo interessado e a conclusão do processo varia de três a seis meses, informa o Ministério da Agricultura.

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