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No caso da soja, 94% da área foi plantada com variedades transgênicas | ANTONIO COSTA/ANTONIO COSTA
No caso da soja, 94% da área foi plantada com variedades transgênicas| Foto: ANTONIO COSTA/ANTONIO COSTA

De acordo com dados divulgados pelo Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA), o Brasil cultivou na safra 2015/16 uma área de 44,2 milhões de hectares com culturas transgênicas, um crescimento de 5% em relação a 2014, ficando atrás apenas dos EUA com 70,9 milhões de hectares. Em terceiro segue a Argentina, com uma área de 24,5 milhões, depois Índia (11,6 mi/ha), Canadá (11,0 mi/ha) e China (3,7 mi/ha). Em todo o mundo, 28 países plantaram 179,7 milhões de hectares com variedades geneticamente modificadas.

Assim como a área plantada com transgênicos registrou aumento na safra passada, em 2015 a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) também aprovou um número recorde de novos produtos aplicáveis à agricultura. Foram 14 plantas transgênicas que expressam características que irão ajudar produtores de soja, milho e algodão a reduzir perdas causadas por clima, praga ou doenças e melhorar a produtividade. “A competitividade do agronegócio brasileiro é resultado de uma forte sinergia entre as necessidades do campo, adoção da biotecnologia agrícola e critério científico em avaliações de biossegurança são fatores que contribuíram para esse desempenho”, afirma a diretora-executiva do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), Adriana Brondani.

Após 20 anos de cultivos no mundo, os transgênicos se consolidaram como a tecnologia agrícola mais rapidamente adotada na história recente da agricultura. “Ao longo desse período de uso de organismos geneticamente modificados (OGM), não há um só estudo científico que tenha concluído que eles causam danos à saúde humana, animal ou ao meio ambiente”, revela Brondani.

No caso da soja, 94% da área foi plantada com variedades transgênicas, para o milho, tanto na safra de verão quanto o milho safrinha, a taxa foi de 85%. O destaque de 2015, porém, foi o algodão, cuja adoção saiu de 66% em 2014 para 73% neste ano.

As altas taxas de adoção (entre 90% e 100%) nos maiores mercados do mundo para a biotecnologia agrícola sugerem que, nos próximos anos, haverá pouco espaço para crescimento. Isso implicará no surgimento de novos players, a exemplo de países asiáticos e africanos. Para Brondani, porém, esse cenário representa uma oportunidade para o Brasil. “Dentre os países em que a biotecnologia está mais presente, o Brasil é o único que consegue expandir área sem avançar sobre áreas de preservação, por meio da recuperação de áreas degradadas”, explica.

  • Pelo quarto ano consecutivo, países em desenvolvimento adotaram mais transgênicos (54%, ou 97,1 mi/ha) do que países industrializados (46%, ou 82,6 mi/ha). Além disso, das 28 nações que utilizam a biotecnologia, 20 são países em desenvolvimento.
  • Dentre os cerca de 18 milhões de agricultores em todo mundo que já adotam a biotecnologia agrícola, 90% são pequenos produtores.
  • Líder global na adoção de transgênicos, o EUA também é o que mais aprova culturas GM com novas características. Em 2015 destacaram-se a batata (com 4 características), a maçã (que não escurece quando cortada) e o salmão (primeiro animal transgênico aprovado para consumo humano no mundo, que cresce mais rápido que o peixe convencional).
  • Em 2015, a Índia se tornou o maior produtor mundial de algodão. Nesse ano, 95% da área cultivada foi composta de sementes transgênicas.
  • Diversos órgãos de avaliação de biossegurança em todo mundo estão analisando OGM com características como composição nutricional melhorada e tolerância à seca, solos salinos e inundações. Nos EUA, a área plantada com milho tolerante à seca, o primeiro do mundo, aumentou 15 vezes entre 2013 e 2015.
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