A safra histórica de 107,7 milhões de toneladas de soja leva os Estados Unidos a ganhar espaço no comércio global nesta temporada. O aumento das vendas externas do país fez o Departamento de Agricultura norte-americano (Usda) reduzir em mais de 1 milhão de toneladas a projeção de estoques finais em 2014/15. Em novo relatório divulgado hoje, o órgão estimou em 11,15 milhões de toneladas as reservas da oleaginosa, ante 12,2 milhões de toneladas calculados em novembro.
O ajuste responde a um incremento de 1 milhão de toneladas na estimativa de exportações dos Estados Unidos. A previsão atual aponta vendas de 47,89 milhões de toneladas, contra 46,81 milhões de toneladas. Cerca de 90% desse volume já estão comprometidos. Para o Brasil, o Usda revisou para baixo a meta de exportações, que está projetada em 46 milhões de toneladas – 700 mil toneladas abaixo da previsão divulgada mês passado. Os números consolidam os norte-americanos como maiores fornecedores globais de soja. O Brasil perde a liderança e fica em segundo no ranking, na visão do Usda.
As alterações esperadas para a oferta do grão nos dois maiores produtores da América do Sul não se confirmaram. A novidade foi o aumento na estimativa de colheita do Paraguai, que subiu para 8,5 milhões de toneladas, contra 8,2 milhões de toneladas indicadas em novembro. Com excedente maior, o país também deve ganhar mais mercado no exterior. A nova previsão do Usda é que os paraguaios exportem 4,52 milhões de toneladas, 200 mil toneladas acima da última estimativa. Já o potencial de safra no Brasil e na Argentina foi mantido em 94 milhões e 55 milhões de toneladas, respectivamente.
MilhoNo quadro do milho, houve ligeiro corte no número de estoques finais, conforme o mercado previa. O Usda estima que 50,75 milhões de toneladas do cereal ficarão guardadas ao final do ciclo atual. No mês passado, o órgão previa que seriam 51 milhões de toneladas. A diminuição ocorre pelo aumento no volume destinado à alimentação humana, indústrias e sementes.



